Diversificação de receitas é chave para TIM desbloquear valor
Apesar do recente rali, a ação da Tim (TIMS3) tem potencial para subir mais. O Safra enxerga alguns drivers que podem desbloquear valor para a companhia no futuro.
Os analistas da instituição conversaram com representantes da companhia, o CFO Adrian Calaza e a equipe de Relações com Investidores, sobre as novas estratégias adotadas pela TIM para se consolidar no mercado de telefonia móvel.
A administração está muito confiante com o crescimento das receitas, dada a melhora no ambiente competitivo, a reorganização em produtos pré-pago e o reajuste de preços no mercado pós-pago.
A TIM tem buscado diversificar suas receitas, o que o Safra considera como um dos principais fatores de valorização para o papel. A parceria estratégica com o C6 Bank, por exemplo, permitirá que a operadora aumente sua participação na fintech (a fatia é atualmente menor do que 2% do capital do banco).
O Safra destaca que aproximadamente 900 mil clientes da TIM abriram uma conta no C6 Bank. Considerando que o valuation do banco continuará crescendo, o potencial de valorização para a TIM deve aumentar ainda mais.
“Devemos lembrar que o C6 Bank fez recentemente um aumento de capital com um valuation próximo a R$ 11,3 bilhões. Assim, cada 1% de participação acionária representaria R$ 110 milhões (0,3% da capitalização de mercado atual da TIM)”, comentam Luis F. Azevedo e Silvio Dória, autores do relatório divulgado nesta terça-feira.
A TIM também está de olho em novas parcerias e projetos voltados a ensino a distância (EAD), telemedicina e Internet das Coisas (IoT).
TIM Live
A rede de fibra é outro fator que pode desbloquear valor para a TIM. A companhia acredita que existe uma grande oportunidade de crescimento para o seu produto de ultra banda larga TIM Live, cujas receitas subiram 30% no terceiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2019.
A companhia quer encontrar um parceiro para ajudar na implantação da rede de fibra, o que, na avaliação do Safra, permitirá à Tim aumentar a capacidade de investimento no segmento, em comprimento e velocidade, sem prejudicar os resultados.
“Assumindo que a TIM vai trazer um parceiro para acelerar os investimentos em seu projeto de banda larga, acreditamos que os múltiplos deste ativo devem ser bem mais ricos que o múltiplo atual da ação (4,7 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda)”, destacam Azevedo e Dória.
Oi Móvel
O leilão da Oi Móvel está marcado para acontecer na próxima semana. A TIM está confiante com a vitória. Ela tem, junto com Vivo (VIVT3;VIVT4) e Claro, a exclusividade para a compra dos ativos.
De acordo com o Safra, essa potencial aquisição agregaria mais espectro de frequência, consumidores e receitas à TIM.
“Podemos ver uma diluição de custo fixo maior no caso de consolidação móvel se a TIM comprar uma porção dos ativos móveis da Oi (OIBR3;OIBR4), o que poderia levar a um crescimento maior das margens”, afirmam os analistas.
O Safra reforçou a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para a empresa e indicou o preço-alvo de R$ 19 ao fim de 2021.