Coluna do Valério Klug

Diversificação de produtos

26 set 2024, 14:31 - atualizado em 26 set 2024, 15:09

Diz a prudência que não se coloca todos os ovos na mesma cesta – regra básica da gestão de riscos, primeiro pela ocorrência de um evento. Mas quando falamos em investimentos, além de ser prudente quanto a posições em perda, também é prudente em equilibrar os resultados, pois caso um ativo venha a sofrer perdas, outros produtos geram algum rendimento ou mesmo resultados acima da média.

Um bom investidor tem uma visão mais global de possibilidades e entende que o equilíbrio traz um conforto financeiro e psicológico muito importante.

Existem 4 formas de ganhar no mercado, por área de probabilidade, ou seja, entrar em um preço em algum ativo e ele se deslocar na direção de ganho ou mesmo de perda limitada, desgastes do mercado, que é o ruído gráfico, uma cotação anda e retorna e não entrega resultados de uma posição única, mas é extremamente eficiente em posições fracionadas, taxas de juros e prêmios, proveniente de renda fixa e mercados futuros e os dividendos e juros sobre capital.

Um equilíbrio entre esses produtos gera uma condição continua de progressão de ganhos de volume que representam mais dividendos, ganhos financeiros que representam valorização e taxas que se convertem em mais volume.

Fazendo uma análise do mercado brasileiro, ele ainda é um mercado bastante jovem, não pela idade, mas pelos produtos que dispõe, aos poucos vemos novos produtos chegando, permitindo mais eficiência operacional, esses produtos já existem há muito tempo em mercados mais maduros, como por exemplo um índice de volatilidade que compensa uma grande taxa sendo colocado na posição contrária.

O mercado tem sempre 2 objetivos: dividir os riscos e ganhos e ter crescimento pela geração de riqueza das empresas, commodities e demais produtos geradores de taxas.

Voltando a diversificação, ela pode independer de ter diversos ativos, ou seja, uma grande carteira e derivativos diferentes, permitindo hoje que um único produto com seus derivativos crie a diversificação de movimentos entre alta e queda, formas de rentabilidade e equilíbrio.

Conhecer essas dinâmicas e equilíbrios é fundamental para ter um modelo de gestão eficiente, com baixa latência de variação e curva de juros compostos bastante satisfatória – tudo inclusive podendo ser dolarizado com o uso de contratos futuros de Dólar, total ou parcialmente, não necessitando atuar em outro mercado para buscar proteções cambiais.

Voltando ao assunto da diversificação, em contraponto, posições únicas, são extremamente potentes, tanto para o ganho, quanto para a perda, nesse caso se recomenda atividades de risco em uma parcela menor da carteira, não deixando de ser também uma diversificação, agora tendo uma parcela menor do conjunto buscando oportunidades mais explosivas.

E como podemos definir essa carteira de oportunidades dentro de uma carteira mais protegida e diversificada? Bem, temos referencias que podem ser usadas, que tal usar uma taxa média de uma opção em cima do dinheiro para definir o volume financeiro a usar, exemplo, se uma opção de Bova11 que é muito atrelada ao IBOV gerar para um vencimento de 20 pregões uma taxa de 6% que é um pouco alta, demonstrando uma queda forte do mercado, se pode usar essa referência de 6% do financeiro para arriscar em ativos sem cobertura, caso mercado esteja mais positivo, ter subido, essa taxa já pode ser menor, algo em torno de 3% por exemplo, naturalmente não exponha mais que isso para as posições de alta para o momento.

Mas são técnicas de operação, talvez algum investidor queira colocar uma fração fixa de 10% da carteira para ativos de movimento livre e maior prazo de possível resultado positivo. Cabe ao investidor dentro do seu nível de risco refletir e escolher um modelo de risco, e nele aplicar os ativos e oportunidades identificadas.

Importante é manter uma diversificação, geralmente são triangulação, entre renda fixa e ativos, ativos e seus derivativos cobrindo parcialmente a carteira, ou mesmo uma carteira bem diversificada de ativos de diversos setores. No próximo artigo, falaremos sobre a triangulação entre renda fixa e ativos e qual a lógica conceitual que permite manter em alguns períodos a renda fixa, os ativos na carteira ou mesmo uma divisão entre ambos.