Diversidade e inclusão: alternativas para a escassez no mercado de TI
Criar um ambiente diverso e inclusivo é um dos grandes desafios para organizações de todos os portes. Recentemente, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma das agências das Nações Unidas (ONU), divulgou uma pesquisa inédita que indica que 87% dos entrevistados afirmam que as empresas desejam ser reconhecidas por valorizar a diversidade.
Ainda que em menor número, existem companhias que buscam responsabilidade social e geração de valor trabalhando como promotoras de diversidade e inclusão. São organizações que colocam seus funcionários como uma de suas prioridades. Assim, enxergam menos barreiras para inovar e são seis vezes mais criativas do que os concorrentes, segundo a consultoria Accenture (ACNB34) .
Portanto, é preciso focar na atração, retenção e desenvolvimento de talentos diversos, para que estas pessoas não apenas passem a ocupar espaços que não ocupavam antes, como também se desenvolverem e crescerem a cada dia.
O desafio é ainda maior para setores como o da tecnologia, principalmente por conta da escassez de profissionais de TI no mercado, que deve chegar a 408 mil postos de trabalho até o próximo ano, de acordo com os dados da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex).
Nesse sentido, para mudar esse cenário rapidamente, todas as organizações de tecnologia devem buscar, por exemplo, eliminar a exclusão de gênero desde o início do processo de contratação, criando um ambiente seguro e que apoie suas colaboradoras.
Embora vários estudos atestam que negócios com lideranças femininas podem impulsionar seus resultados em até 20%, apenas 3,5% das corporações têm mulheres atuando como CEOs, segundo dados de levantamento da BR Rating, agência de rating de governança corporativa do Brasil. Já quando o foco é tecnologia esse índice sobe para 9%, de acordo com a consultoria Boston Consulting Group.
É importante enfatizar que diversidade em cargos de liderança não se refere apenas às mulheres. Pessoas pertencentes a outros grupos minoritários possuem as mesmas qualificações e inteligência empresarial para fomentar o crescimento nas organizações.
De forma complementar, a Pesquisa de Remuneração Total (TRS, na sigla em inglês) da Mercer publicada em 2021 traz indicativos de como será a dinâmica do mercado de trabalho no pós-pandemia e detecta algumas discrepâncias de gênero ainda existentes no mundo corporativo.
A consultoria analisou 30 mil empresas no mundo inteiro, dentre as quais 759 no Brasil. De acordo com o levantamento, no nível de executivos a disparidade salarial chega a 36%, índice atingido pela indústria de alta tecnologia.
Nos postos de liderança executiva, as mulheres ocupam 2 entre 8 “cadeiras” disponíveis, sendo que as áreas mais desiguais são: atendimento, estratégia digital e finanças. As menos desiguais são as de RH, jurídico e marketing.