Ministérios

Divergências: Lula tem primeira reunião com 37 ministros depois de falas desautorizadas em discursos

04 jan 2023, 16:52 - atualizado em 05 jan 2023, 14:14
Governo Lula Ministros
Falas de ministros foram alvo de críticas na primeira semana de governo (Imagem: Reprodução/ Youtube Lula)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá, nesta sexta-feira (6), a primeira oportunidade de conversar com todos os seus 31 ministros e 6 secretários com status de ministro e tentar ajustar os discursos. Na primeira semana de governo, os novos ministros deram declarações divergentes que foram mau recebidas pelo mercado.

O convite foi enviado para os 37 titulares das pastas pelo chefe de gabinete adjunto da agenda de Lula. O encontro ocorrerá às 9h30, no Palácio do Planalto.

“O presidente já marcou a primeira reunião ministerial, para, inclusive, organizar e reafirmar, e ele acabou de me dizer, qualquer proposta só será encaminhada, evidente, depois da aprovação do presidente da República”, disse Rui Costa, ministro da Casa Civil.

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Desoneração de combustíveis

O primeiro desencontro ocorreu logo no dia da posse. Fernando Haddad, novo ministro da Fazenda, defendia que Lula prorrogasse a isenção de impostos nos combustíveis por 30 dias. O novo presidente editou um decreto logo no primeiro dia prorrogando por mais 60 dias.

O ex-prefeito de São Paulo é o ministro que mais tem sofrido. Desde sua nomeação a reação do mercado tem sido negativo e, a cada fala sua, mais repercussões acontecem e cada vez outros ministros ou o próprio presidente precisa intervir.

A anti-reforma da previdência

Em seu discurso de posse, o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), afirmou que quer criar uma comissão com representantes de sindicatos patronais, empregados, aposentados e governo para discutir o que chamou de “antirreforma” da Previdência, aprovada no governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Quero formar uma comissão quadripartite, com a representação dos sindicatos patronais, dos sindicatos de empregados, dos sindicatos de aposentados e o governo. Nós precisamos discutir com profundidade o que foi essa ‘antirreforma’ da Previdência”, afirmou.

As falas do novo ministro foram mal recebidas pelo mercado financeiro. Após o discurso, a Bolsa aprofundou a queda e encerrou o dia com recuo de 2%, aos 104.165 pontos. O dólar teve alta de 1,77% nesta terça, cotado a R$ 5,4520 na venda, maior valor desde o final de julho.

No dia seguinte, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), negou que o governo esteja elaborando propostas de revisão de reformas. “Não há nenhuma proposta sendo analisada e pensada nesse momento para revisão de reforma, seja previdenciária ou outra. Neste momento não tem nada sendo elaborado”, afirmou.