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Concessionários cortam previsão de venda de carros e comerciais leves em 2021, elevam de caminhões

02 jul 2021, 11:16 - atualizado em 02 jul 2021, 15:31
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A entidade cortou a previsão de alta de venda carros de 15,4% para 10,2%, para 1,78 milhão de unidades, enquanto a estimativa de crescimento para comerciais leves foi revista de 17,9% para 13,2%, a 379,54 mil unidades (Imagem: Pixabay/delphinmedia)

Distribuidores de veículos reduziram nesta sexta-feira a perspectiva de vendas de carros e comerciais leves novos no país este ano, mas elevaram as previsões para caminhões e ônibus, segundo dados da associação que representa o setor, Fenabrave.

A entidade cortou a previsão de alta de venda carros, informada no início do ano, de 15,4% para 10,2%, para 1,78 milhão de unidades, enquanto a estimativa de crescimento para comerciais leves foi revista de 17,9% para 13,2%, a 379,54 mil unidades.

Enquanto isso, a projeção de vendas de caminhões novos cresceu de 21,7% para 30,5%, para 116,4 mil veículos, e a previsão para ônibus passou de alta de 8,2% para 10,6%, para 20,15 mil unidades.

“A oferta de crédito tem crescido de forma importante e o ‘spread’ não tem subido de forma significativa. Deve continuar crescendo o crédito no restante do ano, mas desde que se tenha produtos”, disse a assessora econômica da Fenabrave, Tereza Fernandez, economista-chefe da consultoria MB Associados.

Ela se referiu a um problema enfrentado pela indústria automotiva brasileira e global representado pela falta de componentes nas cadeias de fornecimento, notadamente de semicondutores.

Enquanto isso, a projeção de vendas de caminhões novos cresceu de 21,7% para 30,5%, para 116,4 mil veículos, e a previsão para ônibus passou de alta de 8,2% para 10,6%, para 20,15 mil unidades (Imagem: Pixabay/GREGOR)

Segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, no primeiro semestre 201 mil carros e comerciais leves deixaram de chegar ao mercado nacional por causa da falta de peças. Em caminhões, a perda foi de 11.610 unidades.

“A normalização do fornecimento deve ocorrer a partir do segundo trimestre de 2022, a partir de abril”, disse ele a jornalistas. Ele citou que a expectativa decorre de contatos da entidade com suas pares nos Estados Unidos, Europa e Ásia, além de fornecedores instalados no Brasil.

“Temos dificuldade de matéria-prima, e tem dificuldade de se atingir escala… Há até falta de pneu”, disse o presidente da entidade.

Na quarta-feira, a Bridgestone anunciou que vai investir 700 milhões de reais em sua fábrica de pneus em Camaçari (BA), recursos que serão usados para expandir a capacidade em mais de 20%.

Em junho, as vendas de carros novos no país caíram 6,55% ante maio, para 133.318 unidades. Ante junho de 2020, os licenciamentos subiram 30,2%.

Já os emplacamentos de comerciais leves, categoria formada por SUVs, picapes e vans comerciais, subiram 10,8% ante maio e 78,1% ante junho do ano passado, para 36.271 unidades, segundo os dados da Fenabrave.

(Atualizada às 12h30)