Distribuidora de energia do Amazonas é colocada à venda
O grupo Oliveira Energia está conversando com investidores para uma potencial venda do controle da distribuidora de eletricidade do Amazonas, em meio a dificuldades financeiras da concessionária que persistem após quatros anos da privatização pela Eletrobras (ELET3), disseram duas fontes à Reuters.
Segundo pessoas com conhecimento do assunto, as discussões com interessados no ativo são preliminares, não havendo nenhum passo mais concreto sobre o processo ou informações sobre o potencial valor da operação.
Apesar do estágio inicial, as fontes apontaram que a Amazonas Energia despertou interesse do BTG Pactual (BPAC11), além da EDP Brasil, do grupo de energia português EDP.
Uma das fontes comentou que o BTG estaria “olhando com afinco” o ativo e que não estava claro se o banco viria a se associar a um operador de distribuição de energia para seguir com o processo.
Procurada, a EDP afirmou que não comenta especulações ou rumores de mercado. O BTG também disse que não comenta. Já a Oliveira Energia não pôde ser contatada nem por telefone, nem por e-mail.
A informação sobre as negociações em torno da venda da Amazonas Energia foram publicadas inicialmente pelo Scoope, serviço de notícias do TC Mover.
A movimentação ocorre em um momento de poucas oportunidades de consolidação no mercado de distribuição de energia e de profundas transformações desse negócio devido à contínua abertura do mercado livre de energia, que reduz o universo de clientes atendidos pelas distribuidoras.
De acordo com uma das fontes, o redesenho do mercado de distribuição, com possível revisão de premissas contratuais nos próximos anos, é um dos motivos que atraiu a atenção dos investidores para a Amazonas Energia.
Outro aspecto que impulsionou as discussões é a elevada dívida da distribuidora, sobretudo junto à Eletrobras, disseram as fontes.
A Amazonas Energia foi privatizada em 2018 junto com outras cinco distribuidoras que eram da Eletrobras.
As concessionárias de Piauí e Alagoas foram arrematadas pela Equatorial Energia; as empresas do Acre e Rondônia, pela Energisa; e as de Roraima e Amazonas, pela Oliveira Energia.
As duas distribuidoras da região Norte se tornaram os primeiros negócios da Oliveira Energia nessa área até vencerem os leilões, a companhia era especializada na locação de geradores de energia para os “sistemas isolados”, que não recebem energia através do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Mesmo quatro anos após a alienação da Amazonas, a Eletrobras ainda tem seus resultados financeiros afetados pelo passivo deixado pela antiga controlada.
Segundo o último balanço publicado pela gigante de energia, ao final de junho deste ano, as provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) da Amazonas Energia somavam cerca de 2,11 bilhões de reais.
Além das dívidas ligadas à sua antiga controladora, a empresa do Amazonas também enfrentou dificuldades de operação durante a pandemia de Covid-19 que levaram a um desequilíbrio da concessão.
A distribuidora chegou a pleitear na agência reguladora Aneel o recebimento de mais de 3 bilhões de reais por um suposto déficit durante a época em que a Eletrobras operou temporariamente a distribuidora, mas o direito ao ressarcimento não foi reconhecido.
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