Disparada do dólar coloca mais pressão na relação entre Banco Central e Lula; o que esperar do Ibovespa (IBOV)
Na segunda-feira (1), o mercado viu o dólar disparar mais uma vez: o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão na máxima de R$ 5,6533, com ganhos de 1,16%.
O avanço acompanhou a escalada dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries — e o reflexo na abertura da curva de juros brasileira.
Além disso, o mercado local voltou a reagir com as novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à rádio Princesa. Lula disse que o país não precisa de juros altos neste momento e ainda afirmou que não dá para o presidente do Banco Central — a quem se referiu como “cidadão” — ser mais importante que o próprio presidente da República.
O problema é que essa disparada do dólar pode acabar sobrando para a Selic. A alta na moeda vai ajudar a elevar o preço da cadeia de produção que depende de materiais importados, puxando junto a inflação e acabando de vez com o afrouxamento monetário do Banco Central.
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Ainda ontem, durante evento de anúncios de investimentos do governo federal para a Bahia, Lula disse que não precisa dar satisfação às classes mais altas ou aos banqueiros, e sim para a população mais vulnerável.
“Não tenho que prestar conta a nenhum ricaço desse país, eu não tenho que prestar conta a nenhum banqueiro desse país. Eu tenho que prestar conta ao povo pobre e trabalhador desse país”, afirmou.
No último pregão, Ibovespa (IBOV) fechou o pregão em alta de 0,65%, aos 124.718,07 pontos. A alta foi apoiada pela forte valorização das commodities no mercado internacional.
Nesta terça-feira (2), os presidentes das autoridades monetárias Jerome Powell (Federal Reserve), Christine Lagarde (Banco Central Europeu) e Roberto Campos Neto (Banco Central) participam de um painel no Fórum de Bancos Centrais que acontece em Portugal.
Eles devem falar sobre as mudanças no cenário econômico global e as decisões que estão sendo tomadas. No caso do Brasil, o BC optou por uma pausa no corte de juros, enquanto a Europa deu início ao seu afrouxamento monetário. Já o Fed segue cauteloso e com as taxas em seu maior patamar em décadas.
O que esperar de Wall Street
Sem grandes indicadores na agenda, os investidores aguardam pela bateria de dados de emprego americano, incluindo o payroll. Também está no radar o feriado de 4 de julho nos Estados Unidos.
Do lado asiático, a bolsa de Tóquio rompeu a barreira dos 40 mil pontos pela primeira vez desde março deste ano, puxado pelas expectativas de que o Banco do Japão se prepara para elevar juros.
Já na Europa, a inflação de serviços segue preocupando, apesar dos preços em geral desacelerarem de 2,6% para 2,5% em junho.
As bolsas asiáticas operam no positivo, enquanto o mercado europeu e futuros de Wall Street caem.
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta terça-feira (02)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: +1,12%
- Hong Kong/Hang Seng: +0,29%
- China/Xangai: +0,08%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: -0,37%
- Frankfurt/DAX: -1,21%
- Paris/CAC 40: -0,87%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: -0,49%
- S&P 500: -0,39%
- Dow Jones: -0,29%
Commodities
- Petróleo/Brent: +0,79%, a US$ 87,28 o barril
- Petróleo/WTI: +0,80%, a US$ 84,05 o barril
- Minério de ferro (Dalian): +1,44%, a US$ 115,93 por tonelada
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): -0,23%, a US$ 62.708
- Ethereum (ETH): -0,54%, a US$ 3.451
Boa terça-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!
*Com informações da Reuters