Disparada de quase 250%: Esta small cap foi vencedora em 2023; ainda vale comprar?
Algumas small caps brilharam na Bolsa em 2023, surfando expectativas para o cenário macroeconômico global em meio à sinalização de cortes de juros, tanto no Brasil (já em andamento) quanto no exterior.
Ações de construção civil, em especial, aproveitaram bem o ano, após a forte desvalorização causada por juros elevados que assolaram diversos mercados pelo mundo.
Em 2023, duas empresas de menor capitalização chamam a atenção diante das perspectivas de retomada do ambiente macro. Se a Plano&Plano (PLPL3) salta 203,16%, a Tenda (TEND3) engata alta acumulada de 246,35%, atualmente negociada a R$ 14,62.
Além do início do ciclo de cortes da Selic, a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) durante o governo Lula ajudou a impulsionar os papéis do setor ao longo dos últimos meses.
Tenda é mesmo a ação preferida?
Recentemente, o Bradesco BBI atualizou as estimativas para construtoras de baixa renda. As estimativas de lucro aumentaram 5% em média, o que mexeu na ordem de preferência da instituição dentro do setor.
Para o BBI, as empresas preferidas do momento são: Direcional (DIRR3), Tenda, MRV (MRVE3); Plano&Plano e Cury (CURY3).
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A Direcional, que avança cerca de 30% no ano, é a favorita da casa pelo “desconto de valuation imerecido” de 22% em relação à média dos pares (6,4 vezes o múltiplo P/L (Preço/Lucro), contra 8,1 vezes dos pares), além de um desconto de 24% para CURY3 (em 8,4 vezes).
Por outro lado, a Tenda é agora a preferida entre os casos de turnaround. Ela também é o segundo nome no segmento de baixa renda, pois tem retorno atraente na assimetria do seu múltiplo P/L de 3,8 vezes (diferença de quase 50% em relação à média dos pares).
“Embora os impactos de longo prazo das prováveis mudanças na remuneração do fundo FGTS eventualmente tenham que ser discutidos em profundidade, a maior visibilidade de curto/médio prazo sobre o financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida nos leva a ficar mais otimistas em relação ao segmento de baixa renda”, explica o BBI.
A instituição elevou a recomendação da Tenda de neutra para compra. com um preço-alvo projetado de R$ 21 ao fim de 2024 para a ação.
“Se a Tenda conseguir avançar em direção ao resultado final que o Bradesco BBI projeta, de R$ 407 milhões, em 2025 (o que significa 3,8 vezes o múltiplo P/L), acreditamos que não haverá mais discussões sobre sua recuperação de execução, abrindo caminho para uma convergência para o P/L médio dos pares (atualmente em 6 vezes), o que pode levar a uma valorização de aproximadamente 50% das ações em relação aos pares”, ponderam os analistas.
O BBI reforça que a Tenda está em posição privilegiada para se beneficiar do ambiente melhorado nas faixas inferiores do programa MCMV, “fornecendo um caminho para reacelerar os lançamentos, ao mesmo tempo que recupera suas margens (com fortes indícios positivos no terceiro trimestre de 2023)”.
O BBI completa que existem vantagens adicionais nas estimativas decorrentes de alterações do Podemos Entrar e do MCMV (RET1 e FGTS Futuro), ainda não totalmente refletidas nos números.
Além das construtoras, outras empresas de menor capitalização, como Smart Fit (SMFT3) e Grupo GPS (GGPS3), tiveram uma forte valorização na Bolsa em 2023.
Confira abaixo os destaques do ano, considerando o acumulado até o fechamento desta sexta (8):
Empresa | Ticker | Valorização em 2023 (%) |
---|---|---|
Tenda | TEND3 | 246,45 |
Plano&Plano | PLPL3 | 203,16 |
Smart Fit | SMFT3 | 84,4 |
Even | EVEN3 | 65,31 |
Grupo GPS | GGPS3 | 61,27 |