Dispara e volta: teto para o açúcar em NY está chegando por exportações da Índia
Quem olha a disparada do açúcar em Nova York nesta quinta (5) e linca com a percepção do mercado de que a quebra da cana no Brasil será mais forte do que o visto antes das geadas, deve acreditar que a commodity ainda não tem teto. Só que não.
Para o último contrato do ano, o outubro, está chegando. Fica ali por volta dos 18,70 ou 18,80, centavos de dólar por libra-peso, de acordo com o analista Maurício Muruci, da Safras & Mercado.
O vencimento fechou em 18,62 c/lp, sob valorização de 0,69 pontos, em torno 3,90%.
O máximo que o açúcar pode alcançar é reflexo das exportações maiores da Índia, na medida em que as cotações estão bem acima dos 17,50 c/lp e os produtores indianos conseguem vender mais além da cota subsidiada pelo governo, analisa Muruci, o único que tem tocado neste ponto.
As altas, portanto, como as de hoje, se limitam por essa frenagem natural da maior oferta indiana.
Bate perto do teto e volta, embora acabará sendo chamado pelo mercado de realização de lucro.
Com base no consumo interno mais reduzido pela alta da covid, para 26 milhões de toneladas, ainda que o período mais agudo tenha diminuído nas últimas semanas, a Safras enxerga 14 milhões/t de estoques na safra recém concluída e 16 milhões/t na próxima, enquanto o USDA projeta produção de açúcar no país em 34,7 milhões/t.
Mas que pode ser maior, acrescenta Muruci: as monções estão com chuvas acima da média.