BusinessTimes

Disney: Disparada nas despesas rouba a cena, mas crescimento deve continuar

07 nov 2019, 12:33 - atualizado em 07 nov 2019, 12:33
Disney
A empresa entrou em uma fase em que as despesas vão aumentar (Imagem: Facebook Disney)

Para os acionistas da Walt Disney Company (DIS) a diversão do passeio provavelmente acabou. A empresa entrou em uma fase em que as despesas vão aumentar, impactando o lucro. É isso o que a Casa do Mickey Mouse deve mostrar quando divulgar seus resultados para o quarto trimestre fiscal hoje à noite.

Os analistas esperam, em média, um declínio de 36% no lucro por ação, em relação ao mesmo período do ano passado. Embora o crescimento das receitas continue forte – cerca de 35% maior na comparação anual –, o maior desafio para a Disney será demonstrar rapidamente que seu produto de streaming de vídeo é um grande sucesso, capaz de gerar mais fluxo de caixa para a companhia.

Disney Gráfico Semanal
Disney Gráfico Semanal

A Disney está investindo pesado para recuperar assinantes que mudaram para fornecedoras de streaming como a Netflix Inc (NFLX). A gigante do entretenimento já havia alertado antes que 2019 seria um ano fiscal difícil, na medida em que passa por uma transição interna após adquirir a maior parte da 21st Century Fox e desenvolve programas para seu serviço Disney+, que deve ser lançado no dia 12 de novembro.

A companhia estabeleceu um preço surpreendentemente baixo para seu novo conjunto de serviços de streaming, apenas US$ 12,99 por mês, para um pacote que inclui programação de família, esportes ao vivo e uma grande biblioteca de programas de televisão.

A empresa afirmou ainda que o preço combinado dos serviços Disney+, ESPN+ e Hulu apresentará um desconto de quase 30% em comparação com seus preços individuais.

Mas tudo isso significará custos maiores e menor lucratividade nos próximos trimestres, caso os negócios tradicionais da Disney não consigam preencher a lacuna rapidamente. No 3T fiscal, as despesas com filmes e programas de TV de novos serviços online geraram em um prejuízo de US$ 553 milhões em sua divisão de vendas diretas ao consumidor.

Esse número pode explodir para US$ 900 milhões no quarto trimestre, declarou Christine McCarthy, diretora financeira da Disney, a analistas na última teleconferência de resultados.

O serviço deve registrar entre 60 e 90 milhões de assinantes até o fim do ano fiscal de 2024, quando a empresa espera apresentar lucro nesse segmento.

Pressão sobre as ações da Disney

As chances de sucesso do serviço de streaming da Disney são grandes. A Verizon Communications Inc (NYSE:VZ), segunda maior operadora de telecomunicações nos EUA, deu um grande impulso ao serviços Disney+ no mês passado, ao oferecer acesso gratuito por um ano a seus clientes.

O pacote básico da companhia, de US$ 6,99 por mês, custa cerca da metade do preço cobrado pela Netflix e oferece uma biblioteca de filmes e programas de TV que chama a atenção de qualquer criança, com produções como “Os Vingadores”, “Guerra nas Estrelas”, “Os Simpsons” e “Toy Story”.

Para que esse plano de crescimento da Disney dê certo, o CEO da empresa, Bob Iger, precisa garantir que os outros motores de crescimento da companhia, isto é, seus parques temáticos extremamente populares e seu império cinematográfico, façam frente a essas despesas.

Isso não aconteceu no último trimestre, quando o lucro dos resorts domésticos da companhia caiu mesmo após a abertura de Star Wars: Galaxy’s Edge no resort Disneyland em Anaheim, Califórnia, e os lançamentos de “Vingadores: Ultimato”, filme com maior geração de receita de todos os tempos, além de “Aladdin” e “Toy Story 4”.

É por essa razão que as ações da Disney não conseguiram impressionar os investidores no último trimestre. Desde que atingiram a máxima histórica a US$ 147,15 no final de julho, elas caíram quase 11%, fechando ontem a US$ 131,27.

Conclusão

É pouco provável que vejamos qualquer surpresa positiva na Disney em um ano que em que a empresa aumentará suas despesas para integrar os ativos da Fox e investir em três produtos de venda direta aos consumidores.

No entanto, a Disney é uma marca poderosa, com força de sobra para crescer. Ela definiu preços competitivos para seus produtos de streaming, tornando difícil que os consumidores ignorem seus serviços Disney+, que oferecem muita variedade e conteúdos de qualidade. Por essas razões, qualquer correção nos papéis da Disney após o balanço do 4T fiscal deve ser encarado como uma oportunidade de compra.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.