Discurso de Powell trará alívio momentâneo na próxima semana, segundo analista

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) elevou a meta da taxa de juros de referência do Federal Reserve em 0,75 ponto percentual, para o intervalo entre 3% e 3,25%.

O reajuste ficou conforme a projeção dada pelo mercado, mesmo que essa seja a terceira alta consecutiva nesta grandeza – decisão nunca antes tomada pelo Fed.

Bitcoin (BTC) segue registrando alta volatilidade na faixa de US$ 19 mil, chegando acima de US$ 20 mil antes do anúncio, e revertendo para abaixo logo em seguida.

No momento de publicação desta notícia a criptomoeda é precificada em US$ 19 mil, segundo dados do CoinMarketCap.

Federal Reserve e Powell trazem alívio momentâneo para o Bitcoin (BTC)

Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, diz que o aumento da taxa de juros base aumentar 0.75% era o esperado, um aumento acima disso assustaria os mercados.

Mesmo que exista uma necessidade do FED aumentar os juros de forma mais agressiva, uma vez que a inflação ainda não demonstra ser controlada pelo aumento de juros já feitos.

Ele explica que os mercados tendem a reagir de forma levemente positiva. No momento do anúncio foi observado uma leve volatilidade que é inerente ao risco daquele momento.

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“Porém com aumento de 0.75 que era o esperado, a gente vai ver uma certa recuperação do mercados, por que? Porque quando a inflação veio acima do esperado na semana passada, o mercado já precificou esse aumento de 0.75, ou seja, se viesse acima disso, o mercado iria cair mais e se viesse abaixo, iria subir de forma mais forte”, explica.

Ele diz que, na semana que vem, será possível ver uma leve retomada no preço desses ativos e eles só vão voltar a subir, de forma mais contundente, quando a inflação voltar a demonstrar índices de desaceleração, no momento isso não acontece.

“O que ações, criptos e ativos de renda variável tendem a reagir com esse anúncio, é que com cada aumento de juros, esses ativos de renda variável tendem a ir caindo, porque quanto mais aumento, menos as pessoas estão dispostas a investir em ativos de risco”, comenta.

Portanto, para o investidor, embora o mercado tenha uma recuperação dos mercados, isso ainda não é um sinal de reversão para a forte alta, é apenas um respiro para o mercado.

O mercado só vai virar para a tendência de alta novamente somente quando a inflação demonstrar ser controlada, conforme diz. 

“Isso acontecendo, vamos ver a taxa de juros ficar “flat”, ou seja, deixar de subir e apontar para uma queda. Quando a taxa de juros apontar para uma queda, os mercados de renda variável, criptomoedas e ações globais, tendem a voltar a subir”, oberva.

Portanto, conforme veio como o esperado, o investidor tende a ficar mais tranquilo no curto prazo, mas não tem nenhuma euforia ou expectativa de melhoria rápida no curto prazo, diz o analista. “É apenas um respiro”, alerta.

“Para o investidor no geral o conselho é fazer aportes periódicos, e não ficar de forma agressiva no mercado, que ainda não vê um cenário macro melhor”.

A inflação ainda não está controlada, e o cenário da Europa ainda preocupa com a questão da guerra Rússia e Ucrânia e pode fazer com que os cenários desabem. 

O cenário macro e político está muito ruim nesse momento e, hoje, o anúncio do FED vindo como o esperado é apenas um respiro para todos.

José Arthur Ribeiro, CEO da Coinext também diz que o anúncio do aumento em de 75 pontos-base na taxa de juros nos EUA era esperado por boa parte do mercado e, parece, já ter sido precificado.

“Na última semana, acompanhamos o movimento de queda que antecipou essa ação, assim, os próximos dias podem ser de mercado levemente positivo”, explica. 

O fechamento de setembro deve ser negativo para o Bitcoin, comprovando o histórico predominantemente de queda neste mês do ano. “Contudo, a perspectiva para o futuro breve pode ser vista a partir de um viés positivo”, diz.  

“Além do próprio histórico positivo em outubro, uma mudança nas ações monetárias e notícias positivas em relação à pressão inflacionária, assim como aconteceu em julho, são situações prováveis e que favorecem as perspectivas positivas para o ativo”, finaliza.

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