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DIRR3, TEND3, CYRE3 ou CURY3: Construtoras brilham nas prévias operacionais; quais ações ter na carteira?

12 jul 2024, 16:51 - atualizado em 12 jul 2024, 16:51
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(Foto: Flávya Pereira/Money Times)

As construtoras e incorporadoras listadas na bolsa de valores relataram suas prévias operacionais do segundo trimestre de 2024 (2T24) nesta semana. Para as instituições financeiras, esse foi um setor que apresentou bons números no período, com diversos recordes sendo batidos tanto nas empresas voltadas ao público de baixa renda, quanto as de média e alta.

Os números animadores vêm em um momento em que a taxa básica de juros está congelada em 10,50% e sem uma previsão para voltar a cair. No entanto, desde agosto de 2023 a Selic estava em um processo de afrouxamento monetário em que saiu do patamar dos 13,75% até o atual com sete reduções durante este período.

Outro fator que tem alavancado as empresas de construção civil são os programas de incentivo à moradia realizadas pelo governo, como é o caso do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o programa Pode Entrar, feito pela prefeitura de São Paulo.

“O mercado, claro, tem reações às vezes diferentes ou então a questão macro pode influenciar um pouco mais no pregão, mas ontem já vimos uma alta significativa das incorporadoras e hoje uma performance mista corrigindo as altas vistas”, avaliou Caio Nabuco, analista da Empiricus Research, durante a sua participação no Giro do Mercado desta sexta-feira (12).

Para Nabuco, o destaque positivo na classe popular ficou por conta da Direcional (DIRR3), que há alguns semestres tem apresentado uma melhora na margem e no número de vendas. Neste trimestre, o analista destacou os recordes de vendas de lançamentos acima das projeções.

Já no de alta renda, mesmo que todas as prévias ainda não tenham sido divulgadas, o profissional destaca até o momento os números da Cyrela (CYRE3), principalmente o nível de vendas, o que para ele foi uma boa resposta em um trimestre com poucos lançamentos.

Veja as avaliações das instituições para as empresas do setor.

Cyrela (CYRE3)

Cyrela reportou números operacionais ligeiramente positivos no segundo trimestre, os quais excederam às expectativas dos analistas.

Para o Safra, as vendas líquidas ficaram acima do esperado, apesar da atividade de lançamento mais suave do que o projetado. O desempenho também refletiu, segundo eles, os fortes números de vendas de estoque, o que contribuiu para um “excelente índice trimestral” de velocidade de vendas de 21%.

“Vale ressaltar que alguns lançamentos de desenvolvimento foram adiados para 2S24 devido a atrasos na aprovação no escritório municipal de São Paulo e nas inundações do Rio Grande do Sul”, lembraram os analistas do banco que assinam o relatório.

Para o Bradesco BBI, os números foram “amplamente sólidos”, considerando que as vendas foram o principal destaque positivo em R$ 1,7 bilhão, levando a um aumento do VSO (vendas líquidas sobre oferta) em 53%, o que deixa o banco confiante para a expectativa de lançamentos para o ano fiscal de 2024 de R$ 8 bilhões, o que representaria uma alta de 14% na base anual.

A XP Investimentos pondera também que há uma demanda significativa proveniente dos projetos da Cyrela, apesar do cenário desafiador com altas taxas de juros e a escassez de recursos por conta da saída de recursos da poupança.

“A ação é uma de nossas top picks no segmento de média/alta renda”, avaliam os analistas do Bradesco BBI. BTG Pactual, Safra e XP também recomendam a compra das ações da companhia.

Instituição financeira Recomendação
BTG Pactual Compra
XP Investimentos Compra
Safra Outperform
Bradesco BBI Outperform

Direcional (DIRR3)

Direcional comunicou que reportou um recorde nas suas vendas líquidas do 2T24, em R$ 1,6 bilhão, 68% acima do 2T23. Nos primeiros seis meses de 2024 (1S24), as vendas líquidas alcançaram R$ 2,9 bilhões.

Assim como havia ocorrido no 1T24, como consequência do forte volume observado em termos de Vendas Líquidas, a Velocidade de Vendas consolidada – medida pelo indicador VSO (Vendas Líquidas Sobre Oferta) – acelerou significativamente no 2T24, atingindo 26%, superando em 470 pontos base (bps) a VSO do trimestre anterior e em 890 bps a VSO do mesmo trimestre de 2023.

O Grupo Direcional reportou geração de caixa de R$ 219 milhões no 2T24. No mês de junho, a empresa registrou geração de caixa operacional pela primeira vez em 2024.

Além dos números, o Bradesco BBI avaliou que a gestão da companhia tem mostrado um total e rígido controle das operações da empresa, sendo a velocidade de vendas o principal indicador a ser melhorado nas mensagens de RI desde o início de 2024.

“Acreditamos que a Direcional está no caminho certo para apresentar resultados sólidos no futuro, o que, combinado com um valuation atraente de 6,5x P/L 2025E e dividendos generosos, nos faz manter nossa recomendação de compra para a ação”, destacam os analistas do BTG Pactual.

O banco Safra, além de reiterar a recomendação de compra para a ação, também destacou que DIRR3 é a principal escolha da casa no segmento de construção civil.

Vale lembrar também que a empresa anunciou dividendos de R$277 milhões, implicando em um dividend yield de 7% aos seus investidores.

Instituição financeira Recomendação
BTG Pactual Compra
XP Investimentos Compra
Safra Compra
Bradesco BBI Compra

Tenda (TEND3)

Tenda (TEND3), ação de destaque no mês de julho, com disparada de 24% em pouco menos de 10 sessões, encerrou o segundo trimestre com vendas de líquidas de R$ 907 milhões, alta de 24% em relação ao mesmo período do ano passado.

No período, o valor geral de venda (VGV) totalizou R$ 830 milhões, com preço médio de R$ 226,5 mil, e velocidade sobre a oferta líquida de 32,7%, alta de 6,4 pontos percentuais.

Segundo a empresa, os números do trimestre foram puxados pelo aumento do preço médio por unidade.

A XP Investimentos avalia os números de forma positiva, dada a continuação do cenário de expansão da VSO. Além disso, acreditam que a aceleração dos repasses poderia ajudar o cenário de geração de caixa, embora ainda vejam um ambiente de fluxo de caixa livre pressionado à frente.

A empresa também teve os mesmos problemas apontados pela Cyrela de atrasos nas aprovações no escritório municipal de São Paulo, devido às recentes aprovações do Plano Diretor e da nova Lei de Zoneamento.

No entanto, a Tenda se beneficiou de programas habitacionais do governo estadual em São Paulo, Pernambuco e Ceará, que para o Bradesco BBI é um aspecto positivo.

“Apesar de ainda ser percebida como mais arriscada do que DIRR3 e CURY3, gostamos da história de aceleração da TEND3 como um veículo de maior potencial, negociado a 5,3x o múltiplo P/Lpara 2025e (contra 7 e 8x das duas outras)”, avaliam os analistas do Bradesco BBI.

O Safra, por sua vez, tem uma postura mais conservadora em relação ao aumento esperado da lucratividade da Alea, o que poderia causar um impacto maior na Tenda, o que faz a casa manter uma recomendação neutra para TEND3.

Instituição financeira Recomendação
BTG Pactual Compra
XP Investimentos Compra
Safra Neutro
Bradesco BBI Compra

Cury (CURY3)

Cury (CURY3) relatou outro conjunto de fortes números operacionais neste segundo trimestre de 2024, superando as expectativas de grande parte do mercado. Desta forma, as principais instituições reiteram a recomendação de compra nos papéis da companhia, afirmando que os ativos negociam a um prêmio em relação aos seus pares.

“Os números operacionais do 2T superaram nossas estimativas em todos os aspectos, com fortes vendas, lançamentos e geração de caixa, enquanto a momento favorável do setor deve impulsionar o lucro líquido”, avaliam os analistas do BTG Pactual que assinam relatório sobre o desempenho operacional divulgado pela empresa.

A Cury informou que lançou oito empreendimentos, totalizando um VGV de R$ 1,73 bilhão no segundo trimestre de 2024, aumento de 41,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na primeira metade do ano, o total de lançamentos atingiu R$ 3,61 bilhões, 37% acima do mesmo período do ano anterior.

“Cury já lançou R$ 3,3 bilhões no primeiro semestre de 2024, e vemos a possibilidade desses resultados apoiarem outra rodada de revisões para cima dos lucros”, afirma o time de analistas de Real Estate do Itaú BBA.

No setor de construção residencial, a CURY3 apresenta um dos melhores rendimentos, além de já ter anunciado um dividend yield de aproximadamente 7% em 2024, segundo analistas.

O BTG afirmou que, em termos de valuation, a empresa negocia a um prêmio em relação aos pares, mas também apresenta uma conversão muito melhor de lucros em fluxo de caixa. “O valuation não é mais uma barganha”, ponderam os analistas no relatório.

Além do BTG, Itaú BBA, Santander e Bradesco BBI reiteraram a recomendação de compra para as ações da construtora. “A ação é negociada a 9,8x P/E 2024 e 7,9x P/E 2025”, diz o BBA.

Instituição financeira Recomendação
BTG Pactual Compra
XP Investimentos Compra
Safra Compra
Bradesco BBI Compra

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