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Direto de Cannes: O sucesso do engajamento

20 jun 2018, 20:03 - atualizado em 20 jun 2018, 20:42

Por Giovanna Ricci, jornalista que trabalha com propaganda há mais de uma década em grandes agências

Depois de ter me perdido nas estradinhas da Toscana na programação do festival, entre tantas opções, tantos compromissos, tanto cansaço, cheguei a conclusão que seguiria o poeta e deixaria a vida me levar. Entrei numa sala aleatoriamente, sem saber o que eu encontraria.

 Para minha grande surpresa, o Painel “Meaningful Connections Across Print, Digital, Film, Music and Entertainment” foi um verdadeiro achado.

 Me acomodei e aguardei. Logo foram anunciadas 3 mulheres:

– a cantora e poeta Tarriona “Tank” Ball, que segundo a biografia oficial fornecida pelo festival “contruiu sua reputação convertendo sua audiência em fãs apaixonados”

– a diretora editorial do The Sunday Times, Eleanor Mills, que também faz um trabalho incrível advogando em prol da igualdade feminina

– e por fim, Kamal Sinclair, que é diretora do Sundance Institute’s New Frontier Labs Program, que dá suporte à artistas trabalhando pela convergência de filmes, artes mídias e tecnologias

Elas discutiram bastante sobre engajamento e algumas frases me chamaram atenção. Logo no início, Eleanor disse que o segredo para engajar é contar histórias por outra perspectiva, escrevendo com o coração e o que realmente está sentindo.

Para Tarriona, todo mundo está em busca das mesmas coisas, ou seja, amor e segurança. A artista credita o seu sucesso a habilidade de expressar o que as pessoas pensam, falam e sente.

Já Kamal acredita que entender sobre um assunto e ter propriedade sobre o que está falando são os ingredientes que ajudam a contar uma boa história.

 Outro ponto que chamou minha atenção foi quando a moderadora pediu que as três contassem um fracasso. A história de Tarriona mais uma vez me ganhou. Uma vez, ela foi convidada para protagonizar um comercial, mas a produção a transformou por meio de maquiagem, roupas etc. A estratégia, claro, falhou e a campanha não foi bem sucedida. A cantora foi clara ao explicar o motivo “não me vendeu, eu não estava lá, aquela pessoa não era eu”.

Foi bem interessante ouvir pessoas aclamadas confirmando o que eu sempre acreditei, intuitivamente. Por fim, a lição que ficou pra mim foi: seja de verdade, se expresse com o coração, fala sobre aquilo que domina e acredita, e por fim, não tente ser algo que não é. Isso vale para pessoas jurídicas e físicas também.

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