Direcional, MRV e Tenda perdem mais com aperto da Caixa
As ações da MRV, Tenda e Direcional devem ser as mais afetadas pela mudança da Caixa Econômica Federal em relação aos financiamentos de imóveis novos (de 90% para 80%) e usados (de 70% para 60%) anunciado na quarta-feira (17), avalia o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes.
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Os papéis das empresas caíram 2,23%, 2,28% e 1,61, respectivamente, após o anúncio ontem.
A mudança abrange financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – programa Minha Casa, Minha Vida e linhas Pró-Cotista e CCFGTS – e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE). Segundo nota da Caixa, o objetivo é a “adequação em relação à política de alocação de capital do banco”.
Segundo Nicole Hirakawa, Luis Stacchini e Vanessa Quiroga, que assinam o relatório, a decisão do banco vai em linha com a visão de que é necessária racionalidade nos financiamentos. Eles lembram que a Caixa ainda não pode revender os imóveis inadimplentes sob o Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o limite de 80% parece fazer mais sentido devido aos calotes.
Além disso, o Credit Suisse acredita que o FGTS irá cessar o fornecimento de crédito para o segmento de média renda, de até R$ 1,5 milhão, em algum momento para evitar a redução mais significativa do Minha Casa Minha Vida no futuro. “Ainda assim, neste cenário, acreditamos que o MCMV deveria ser cortado em 20% para assegurar a sua sustentabilidade de longo prazo”, explica a equipe de análise.