Dimed: sem intervenção da CVM, será difícil melhorar relação de troca de PNs por ONs
Sem uma intervenção da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), dificilmente os preferencialistas conseguirão melhorar a proposta da Dimed (PNVL3), que pretende migrar para o Novo Mercado da B3, seu segmento com maior nível de governança corporativa.
A avaliação é da Ágora Investimentos, em comentário assinado por Fred Mendes e José Cataldo. Atualmente, o capital social da Dimed é representado por 138 milhões de ações ordinárias (PNVL3) e 13,5 milhões de preferenciais (PNVL4). Uma das exigências da B3 para ingressar no Novo Mercado é que as empresas possuam apenas ações ordinárias.
Por isso, uma etapa necessária da migração da dona da rede de farmácias Panvel é a conversão de suas PNs em ONs, mediante a aprovação da assembleia de acionistas. Para convencer os donos das preferenciais a apoiar o plano, a companhia se dispôs a converter cada ação PN em 0,8 ON.
Diluição de minoritários
Essa relação de troca é contestada pela Esh Capital, gestora de um fundo que possui 0,99% das ações preferenciais da Dimed. A instituição queixa-se da diluição que a conversão causará, e tenta mobilizar outros preferencialistas para compor um bloco de oposição na assembleia.
Mas, segundo os analistas da Ágora, o movimento pode morrer na praia, se a CVM não proibir os controladores da Dimed de votarem na reunião. “Uma vez que eles já possuem cerca de 41% das ações preferenciais, haveria pouca chance de não atingir os 50% + 1 ação necessários para aprovar a mudança”, afirmam.
A disputa só será resolvida no início de 2021. De qualquer modo, a Ágora reforçou sua recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 36. A cifra embute uma alta potencial de 61% sobre os R$ 22,33 com que as ações ordinárias da Dimed fecharam nesta segunda-feira (7).