Dilema do produtor na insolucionável vaca louca: se vender, prejuízo; se segurar, prejuízo até duplo
Se o produtor vender gado agora, vai tomar prejuízo na certa. Se segurar mais tempo os animais acabados, o prejuízo acaba sendo duplo.
A situação se complica com os quase 30 dias de paralisação das exportações de carne bovina à China, depois dos dois casos de vaca louca atípica em Minas e Mato Grosso.
E até dia 7 não deverá se ter nenhuma novidade, já que o feriadão chinês, em comemoração à instauração do comunismo, para tudo.
Os frigoríficos têm pouca necessidade de bois, diante do mercado interno e os externos sem os mesmos volumes chineses, e ainda contam com o estoque disponível aumentando.
No físico, o boi em São Paulo recuou até R$ 15 a @, ficando na média de R$ 290 a R$ 293; na B3 (B3SA3), o contrato de dezembro derreteu para R$ 296,45%, perdendo mais 0,20% desde a quinta (30).
Não tem pasto ainda. Então, tem que levar para o cocho. E os custos se avolumam, com as rações e suplementos. Juca Alves, de Barretos, mandou até vaca parida para o confinamento
O segundo prejuízo vem se são bois castrados. Como lembra o produtor, são animais que atingem mas rápido o peso e depois não tem como segurá-los mais sem perder dinheiro.
E se são bois inteiros, melhor se forem jovens, porque o ritmo de crescimento fica alinhado com o manejo no curral.
Mas se for gado mais velho, também vai se desvalorizando.
“O jeito daqui para frente vai ser trabalhar bem a reposição”, diz Alves, complementando que esse período está sendo um dos mais desafiadores para a pecuária.