Internacional

Diferenças sutis sinalizam robusto debate no Fed sobre corte de juros

04 set 2019, 16:21 - atualizado em 04 set 2019, 16:21
James Bullard, citou essa desconexão como uma das razões pelas quais ele está propondo um corte de 0,50 ponto percentual nos juros (Imagem: Joshua Roberts/Bloomberg)

Faltando apenas duas semanas para a próxima reunião de política monetária, as principais autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) estão descrevendo a economia norte-americana e o que devem fazer sobre ela de maneiras sutilmente diferentes, sugerindo que um robusto debate sobre se e quanto reduzir a taxa de juros está em andamento.

John Williams –cujo trabalho na presidência Federal Reserve de Nova York o torna extremamente influente nas decisões de definição de juros– disse nesta quarta-feira que está pronto para “agir conforme apropriado” para ajudar os EUA a evitar uma desaceleração mais forte, mas que até agora a economia parece estar em uma posição “favorável”.

O tom soou perto do que o chairman do Fed, Jerome Powell, usou no mês passado.

“Precisamos considerar todas as informações disponíveis e ser flexíveis em nossa resposta”, disse ele em uma conferência sobre ativos ligados à inflação.

Mais tarde, Williams disse aos jornalistas esperar que a economia cresça a um ritmo acima da tendência de 2,0% a 2,5% em 2019, apesar do baixo investimento empresarial e da incerteza comercial.

Na terça-feira, o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, afirmou que, contanto que a economia continue a crescer em torno de 2%, não há motivos para reduzir as taxas.

Falando em Toronto, Canadá, apenas uma hora depois de Williams, o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, chamou a economia de “mista” e disse estar concentrado em saber se a incerteza comercial que enfraqueceu o setor manufatureiro dos EUA se estende aos gastos do consumidor, de longe a parte mais forte da maior economia do mundo.

Entre os fatores analisados por ele, disse, está o fato de que a taxa básica de juros dos EUA, agora no intervalo entre 2% a 2,25%, está acima do rendimento inclusive do Treasury de prazo mais longo, o que pode ser um sinal de possíveis distorções.

Na terça-feira, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, citou essa desconexão como uma das razões pelas quais ele está propondo um corte de 0,50 ponto percentual nos juros na reunião de setembro.

Com as economias desacelerando globalmente, os atritos comerciais EUA-China mostrando poucos sinais de amenização e a possibilidade iminente de uma saída economicamente perturbadora do Reino Unido da União Europeia (UE), espera-se que o Fed reduza os juros no encontro dos dias 17 e 18 de setembro.

Seria o segundo corte neste ano, depois de o banco central ter baixado o custo de empréstimo em julho pela primeira vez desde 2008.

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