Combustíveis

Diesel sobe 10% nos postos do Brasil em junho e supera gasolina, diz Ticket Log

30 jun 2022, 10:15 - atualizado em 30 jun 2022, 10:15
Combustíveis
No comparativo com o levantamento do IPTL referente a primeira quinzena de junho, o diesel comum aumentou 6,1% e o S-10 ficou 6,3% mais caro nesses poucos dias, segundo o IPTL (Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O preço médio do diesel nos postos brasileiros subiu cerca de 10% em junho na comparação com maio, após um reajuste da Petrobras (PETR4), e ficou mais caro que a gasolina pela primeira vez em mais de uma década, de acordo com dados do levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), divulgado nesta quinta-feira.

A alta ocorreu após um aumento de 14,26% nos preços do produto da Petrobras nas refinarias, em meados do mês, e em meio a um debate para redução de preços de combustíveis por meio de corte em tributos.

Nos postos, o preço do litro do diesel comum fechou junho com média de 7,87 reais, valor 9,8% mais alto se comparado a maio. Já o diesel S-10 foi comercializado a 8 reais nos postos de abastecimento, com alta de 9,9%, segundo o indicador da Ticket Log, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil.

No primeiro semestre do ano, os dois combustíveis fecharam o período com altas de 36,4% e de 37,3%, respectivamente, segundo o indicador levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log.

Essa é a primeira vez em 12 anos de história do IPTL que o preço do diesel passa o da gasolina, que fechou a 7,56 reais por litro, acrescentou a Ticket Log.

“Desde o dia 17 de junho, data em que passou a valer o último reajuste no repasse às refinarias para o diesel, o valor do litro do combustível disparou nos postos de abastecimento do país”, disse o diretor-geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil, Douglas Pina, em nota.

No comparativo com o levantamento do IPTL referente a primeira quinzena de junho, o diesel comum aumentou 6,1% e o S-10 ficou 6,3% mais caro nesses poucos dias, segundo o IPTL.

No caso do diesel, parte dos Estados já tem uma alíquota do ICMS abaixo de 17%, limite imposto por legislação recente que vem sendo questionada por entes federativos no Supremo Tribunal Federal. Uma análise mais clara do impacto do tributo para o valor do combustível pode ser vista nos próximos dias.

Etanol e Gasolina

O preço médio do litro da gasolina fechou o mês de junho com média de 7,56 reais, alta de 0,23% ante maio, enquanto o etanol foi comercializado a 6 reais nas bombas de abastecimento, com recuo de 1,98% no preço.

A ligeira alta no preço médio do país ocorreu apesar de uma redução do ICMS da gasolina em São Paulo, principal mercado consumidor, no final do mês.

São Paulo reduziu a alíquota da gasolina de 25% para 18%, mantendo a taxa para o etanol hidratado.

O corte do imposto estadual foi implantado após a sanção presidencial da lei que limita a cobrança sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

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O preço médio do litro da gasolina fechou o mês de junho com média de 7,56 reais, alta de 0,23% ante maio (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Para o etanol hidratado, biocombustível que concorre com a gasolina nas bombas, o governo paulista informou que manteve inalterada em 13,3% a alíquota de ICMS, o que reduz a vantagem de preço do etanol em relação ao combustível fóssil.

O Estado de Goiás também anunciou uma redução da alíquota de ICMS aplicada a combustíveis, energia e comunicação. Na gasolina, a alíquota passou de 30% para 17%; no etanol, de 25% para 17%, e no óleo diesel, de 16% para 14%.

Ainda segundo a Ticket Log, no primeiro semestre do ano, a gasolina fechou com alta de 10% e o etanol ficou 4,2% mais caro para os motoristas brasileiros.

“Após o último reajuste no repasse às refinarias para a gasolina, válido desde o dia de 17 de junho, o valor do litro do combustível chegou a custar 7,68 reais, como identificamos nos dados médios do dia 22. Ainda que pequeno, o IPTL também identificou que os últimos dias do mês sinalizam um eventual recuo no preço do combustível”, disse Pina.

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