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Dias sombrios aguardam a Usiminas, segundo o BTG Pactual e o Credit Suisse

03 abr 2020, 12:53 - atualizado em 03 abr 2020, 13:28
Fim do túnel está mais longe: Usiminas paralisa operações em SP e MG (Imagem: Facebook/Usiminas)

O Credit Suisse e o BTG Pactual (BPAC11) expressaram sua preocupação com a decisão da Usiminas (USIM5) de paralisar os alto-fornos 1 e 2 de Ipatinga (MG), além de conceder férias coletivas de 30 dias para os funcionários da usina de Cubatão (SP).

Em relatório do Credit Suisse, ao qual o Money Times teve acesso, a decisão é classificada como “claramente negativa” do ponto de vista da geração de lucros, já que demonstra que a demanda deve piorar significativamente, nos próximos meses. Além disso, os custos de produção tendem a subir.

Assinado por Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, o relatório do Credit Suisse acrescenta que não se sabe quanto tempo durará a paralisação.

Para traçar seu cenário, a dupla assumiu um prazo de três meses, o que implicaria que a geração de caixa, medida pelo ebitda, da produção de aço poderia cair a ponto de se tornar R$ 100 milhões negativos, dados seus elevados custos fixos.

Vulnerável

Já o BTG Pactual afirma que as medidas são corretas, pois protegem o fluxo de caixa e reduzem os custos fixos. Porém, o banco observa que a situação dificulta ainda mais prever o futuro da companhia, cuja qualidade dos lucros já era questionada pelo BTG.

O banco acrescenta que, em caso de uma recessão mais prolongada, a Usiminas seria mais vulnerável que suas concorrentes, pois lhe falta diversificação geográfica e sofre com custos fixos maiores.

Leonardo Correa e Caio Greiner, que assinam o relatório do BTG, afirmam que “a Usiminas é uma das empresas, em nossa cobertura, mais expostas negativamente ao ambiente recessivo”.

“O lado bom (se é que há) é que essas medidas deverão liberar mais minério de ferro no mercado internacional, onde vemos atualmente condições favoráveis (a contribuição do aço tem sido bem baixa)”, diz a dupla.

Como se sabe, a Usiminas também possui jazidas de minério de ferro para abastecimento próprio e venda a terceiros. A recomendação do Credit Suisse é outperform, com preço-alvo de R$ 9,50. O BTG mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 10.