M. Dias Branco (MDIA3): Ações caem mais de 5% com rebaixamento de JP Morgan — e a culpa é do real 

As ações da M.Dias Branco (MDIA3) caem mais de 5% desde o início do pregão desta terça-feira (2) e figuram entre as maiores quedas da B3. 

O movimento de baixa deve-se ao rebaixamento de recomendação de compra para neutro pelo JP Morgan. 

O banco também cortou o preço-alvo de R$ 45 para R$ 34 — o que ainda representa uma potencial valorização de 19,8% em relação ao fechamento da última segunda-feira (1°). 

Os analistas do JP Morgan atribuem a revisão à perspectiva de que os lucros da companhia devem se deteriorar mais rapidamente do que antes era esperado. 

A redução dos lucros deve ser resultado da combinação de queda nos preços (ainda não está claro se devido a pressões competitivas ou apenas a um atraso no ajuste dos preços) e aumento dos preços das matérias-primas provocado pelo enfraquecimento do real (BRL), diz o relatório. 

Com isso, a M. Dias Branco deve ter dificuldades com preços e volumes no curto prazo, enquanto os custos tendem a aumentar. 

“Acreditamos que as margens Ebitda deverão ficar significativamente abaixo dos 16% inicialmente esperados (agora modelamos 14,4% para o ano)” escrevem os analistas Lucas Ferreira, Sebastian Hickman e Froylan Mendez. 

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A equipe do JP Morgan também revisou para baixo as projeções do Ebitda para o ano em 13%, para R$ 1,491 bilhão, e o lucro líquido para R$ 950 milhões (-14%), abaixo do consenso de mercado. 

Isso também deve refletir no desempenho dos papéis da companhia negociados na B3. 

“As ações deverão permanecer pressionadas até vermos mais estabilidade no lado cambial e mais visibilidade na força da indústria para repassar os preços, o que poderá levar mais tempo do que o esperado”, dizem os analistas. 

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É hora de vender MDIA3?

A M Dias é a empresa mais afetada pela desvalorização do real entre as companhias que possuem cobertura do JP Morgan, diz o relatório. 

Com isso, os analistas enumeram os riscos para as ações da M. Dias Branco. Entre eles, estão: 

• Concorrentes tornando-se mais agressivos em relação à concorrência de preços no caso de queda dos preços das commodities;
• risco de recessão acrescentando risco negativo às estratégias de preços e mix da empresa; 
• menor capacidade de superar os concorrentes e ganhar participação de mercado na área de “ataque”;
• depreciação cambial e/ou aumentos no preço das commodities podem pressionar as margens. 

Além disso, os analistas afirmam que as alterações fiscais são sempre um risco, principalmente os impostos estaduais. 

Por outro lado, uma valorização do real ou uma queda ‘inesperada’ nos preços do trigo podem “inviabilizar a sua dinâmica descendente de lucros e provavelmente desencadear uma subida das ações”, segundo os analistas do banco. 

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