Inovação

Dia Nacional da Inovação: Mesmo após avanço, Brasil ocupa 54º em ranking global

19 out 2022, 9:30 - atualizado em 18 out 2022, 16:07
Inovação e diversidade
Especialista fala sobre a relação entre a inovação e a economia do conhecimento (Imagem: Kvalifik/Unsplash)

No dia 19 de outubro, esta quarta-feira, é celebrado o Dia Nacional da Inovação. O Brasil, no entanto, não está tão bem nesse quesito, ocupando o 54º lugar no Índice Global de Inovação (IGI) que abrange 132 países. 

Mesmo ganhando três posições no ranking, na comparação com 2021, os investimentos na área têm caído a cada ano e a posição brasileira está sete casas abaixo da melhor marca atingida – o 47º lugar em 2011. 

A classificação é divulgada anualmente, desde 2007, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI – WIPO, na sigla em inglês), em parceria com o Instituto Portulans e o apoio de parceiros internacionais – no caso do Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Para o autor do livro Startup Law – Direito & Economia do Conhecimento e ex-Diretor de Inovação e Competitividade do Porto Digital, João Falcão, o olhar do índice é restrito a ecossistemas.

Falcão defende que hoje a inovação é do conhecimento, pós-industrial e, assim, “a inovação deveria ter um impacto mais amplo no país como um todo. Um olhar mais amplo”, afirma.

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Top 10 Índice Global de Inovação (IGI)

Os dez países mais bem colocados no índice são, respectivamente: Suíça, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido, Holanda, Coreia do Sul, Singapura, Alemanha, Finlândia e Dinamarca.

Quando comparado com outros países da América Latina, o Brasil fica atrás do Chile. Os sete países relacionados ocupam as seguintes posições:

  1. Chile (50º)
  2. Brasil (54º)
  3. México (58º)
  4. Colômbia (63º)
  5. Uruguai (64º)
  6. Peru (65º)
  7. Costa Rica (68º)

O Índice

O tema do IGI em 2022 é o futuro da inovação: estagnação ou recuperação da produtividade.  

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, esse enfoque é extremamente relevante para o Brasil, considerando os desafios que o país vem enfrentando para aumentar sua produtividade – que está em declínio há 40 anos. 

O IGI 2022 é calculado a partir da média de dois parâmetros. O subíndice Insumos de inovação avalia os elementos da economia que viabilizam e facilitam o desenvolvimento de atividades inovadoras, agrupados em cinco pilares: Instituições; Capital humano e pesquisa; Infraestrutura; Sofisticação do mercado e Sofisticação empresarial.

Já o subíndice Produtos de inovação capta o resultado efetivo das atividades inovadoras no interior da economia e se divide em dois pilares: Produtos de conhecimento e tecnologia e Produtos criativos. 

Para Andrade, “a publicação ajudará a orientar as ações dos setores público e privado voltadas para um crescimento impulsionado pela inovação, promovendo e apoiando políticas científicas, tecnológicas e de inovação em nosso país”, afirmou em nota.

Economia do conhecimento

O Brasil está na 54º posição no ranking de inovação e, para João Falcão, o ideal é ampliar o conceito de inovação olhando também para a Economia do conhecimento, nome dado à fase econômica em que o conhecimento tem protagonizado as principais mudanças na sociedade.

Para Falcão, a inovação é, em linhas gerais, o conhecimento aplicado a resolver problemas reais. “Conhecimento é elementar para a inovação, para formar capital humano qualificado para a inovar. Para entender inovação a gente precisa entender a educação”, diz o especialista.

Dentro disso, ele aponta que o maior polo de conhecimento e inovação são as universidades federais e as estaduais de grande porte. “A rede de faculdade federais tem um papel muito importe, assim como as empresas de grande porte e as associações que conhecem o problema”, afirma.

A possível alternativa para a melhora dos índices brasileiros de inovação, segundo o autor, está nas relações e, entre elas, as relações entre as universidades e os mercados.

Para o especialista, o público e privado precisa andar de mãos dadas. “Ferramental institucional o Brasil tem, precisa fazer ajustes em políticas públicas, investimentos e visão de mundo para não ficar restrita, precisa estar em todos os setores. Dar um pulo da época industrial para [a época] do conhecimento”.

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