Dia do Cliente pode ajudar a alavancar o varejo? Especialistas respondem
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a sua Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) nesta sexta-feira (15), data em que também é comemorado o Dia do Cliente. O dado é de grande importância para o varejo.
No mês de julho, as vendas varejistas no Brasil subiram 0,7% em relação ao mês anterior, acima do avanço mensal de 0,5% esperado pelo mercado. Na base anual, a alta foi de 2,4%.
O economista e sócio fundador da consultoria Sarfin, Bruno Mori, lembra que julho é o mês de férias escolares no qual a tendência é de maior consumo. O especialista diz que os dados devem ser olhados com cautela e observados para os próximos meses. “É cedo para dizer que é uma tendência, mas, com uma queda de juros, a gente pode ver uma maior atividade em diversos setores daqui pra frente. Temos que acompanhar”.
Mori ainda explica que a expectativa no início do ano para o crescimento da economia era mais baixa e veio crescendo especialmente pelos programas do governo de transferência de renda, quitação de dívidas e outros, o que pode trazer uma desaceleração no ano que vem.
Dia do Cliente pode ajudar a aumentar os números nos próximos meses?
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O Dia do Cliente, assim como o Dia do Consumidor, é bastante utilizado por diversas empresas como impulsionador de vendas com criação de promoções e cupons de desconto para seus clientes.
Esse tipo de ação de marketing, segundo a economista especialista em mercados de capitais Ariane Benedito, pode alavancar os lucros de empresas principalmente nos grupos de Tecidos, Vestuário e Calçados e no de Móveis e Eletrodomésticos que compõe a PMC.
Para o professor de marketing e diretor de educação executiva do Insper, Silvio Laban Neto, as ações promocionais neste dia podem ajudar, mas ele lembra “que existem reduções de preço (deflação) em categorias relevantes, o que gera uma ‘folga’ para pagar dívidas e adquirir outros tipos de produtos”, afirma.
Os dados divulgados do setor de varejo ainda apontam, contudo, uma atividade fraca para o setor, registrando crescimento em apenas 14 das 27 Unidades da Federação na medição de julho, de acordo com a economista.
“Avaliando as características dos grupos que apresentaram alta, é possível observar que o consumo está concentrado, em sua maioria, nos grupos que detêm itens essenciais. Esse efeito pode ser explicado por um cenário ainda contracionista para juros, o que leva tanto as empresas como as famílias a optarem pelo conservadorismo no consumo“, explica Benedito.