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Dia do churrasco: Picanha, costela, linguiça e alcatra ficaram mais caras no último ano?

24 abr 2023, 15:27 - atualizado em 24 abr 2023, 15:27
De acordo com o IBGE, com base em dados de março, os preços das carnes registraram queda de 2,98% nos últimos 12 meses (Imagem: Pixabay/zaclyric)

Nesta segunda-feira (24), é comemorado o Dia do Churrasco no Brasil, uma data que homenageia um dos principais pratos típicos do país, que rivaliza com a tradicional feijoada pelo posto. A data foi instituída no Rio Grande do Sul em junho de 2003, através da lei estadual nº 11.929, que elegeu o churrasco como prato típico da região.

Dessa forma, o Money Times compilou a variação dos principais itens presentes na tradicional churrascada para entender se ficou mais caro para assar as carnes.

Churrasco e a inflação

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em dados de março, os preços das carnes registrou queda de 2,98% nos últimos 12 meses. Em relação a março, o recuo fica na casa de 1,06%.

Entre os cortes de churrasco que mais impactaram para o recuo nos últimos 12 meses, destacam-se:

Cortes Variação (12 meses)
Costela -2,85%
Alcatra -4,64%
Filé mignon -6,77%

No entanto, entre as altas mais expressivas, estão:

Cortes Variação (12 meses)
Picanha +1,81%
Linguiça +4,54%
Cupim +4,84%

Análise

Na visão de Fernando Iglesias, analista de proteína animal da Safras & Mercado, o momento atual é de preços mais acessíveis para carne bovina, principalmente, com maior oferta da proteína em função do ciclo positivo do gado no Brasil, que deve ter o seu auge no mês de maio.

“Os investimentos que foram realizados no segundo semestre de 2019 até meados de 2020 estão sendo traduzidos em aumento de capacidade produtiva, então, o que nós estamos observando é um mercado do boi com maior volume ofertado. Soma-se a isso um maior descarte de fêmeas em função da curva de preços do mercado de reposição que não é atraente”, explica Iglesias.

Frigoríficos

Para a indústria, o momento é de custos mais baixos, justamente em função da maior oferta no Brasil pelo ciclo positivo do gado. No entanto, entre 2024 e 2025, esse cenário deve se inverter e resultar em uma matéria-prima mais cara para os frigoríficos no médio/longo prazo.

“Assim, no curto prazo, haverá um aumento de oferta de carne bovina dos derivados do abate, mas, no médio e longo prazo, o ritmo de nascimentos não vai acompanhar a demanda por reposição. Com isso, nós entramos naquela etapa do menor ciclo de capacidade produtiva, o que deve acontecer entre o fim de 2024 e o começo de 2025. As decisões do pecuarista hoje vão ter impactos em 24-36 meses”, avalia.

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