Dia do Agricultor Familiar, dia do produtor que representa também o “agronegocião”
A caracterização do que é agricultura familiar ficou muito difusa, apesar de existirem marcos legais que assim a definem. Tanto pelo tamanho de áreas, quanto pelo perfil produtivo, 2021 já não é mais a mesma coisa que foi no passado.
De todo modo, neste domingo (25) se comemora o Dia do Agricultor Familiar, que é ainda expressão acabada do agronegócio brasileiro, por mais que o termo – também difuso – tenha ficado associado às grandes atividades de commodities e pecuária bovina depois que o Brasil se tornou jogador mundial.
Seja ele proprietário de quatro módulos fiscais (padrão oficial) no Mato Grosso, que pode ser superior a 400 hectares, seja ele dono da mesma quantidade de unidade de medida no Sul, que pode não passar de 40/ha, é um agricultor familiar. Nas áreas mais distantes, onde as fazendas são maiores, o módulo fiscal é mais extenso, sendo o contrário nas regiões mais valorizadas do Sul e Sudeste.
Assim, o agricultor familiar de pequenas áreas, que trabalha integrando os familiares, está longe de representar apenas atividades mais “simples”, como produção de hortigranjeiros. No Sul, boa parte da produção agropecuária, de escala e tecnologia, vem dele. Soja, milho e trigo, por exemplo, fora as criações como suínos e aves.
Além de outras atividades clássicas da agricultura familiar, em outras regiões, como nas culturas permanentes de café e banana, e as culturas temporárias, entre as quais feijão e mandioca. Na pecuária, a leiteira é a mais clássica, enquanto no Nordeste, praticamente 100% da canavicultura sai das pequenas propriedades.
Portanto, o agricultor familiar está presente em tudo. No consumo local de larga escala e nas exportações.
Há uma estimativa de que 70% da geração de alimentos no Brasil esteja caracterizado como sendo originada desses proprietários rurais.
No Censo Agropecuário de 2017, do IBGE, foi registrado mais de 5 milhões de propriedades, sendo 77% classificadas nessa categoria, ocupando 80,9 milhões de hectares. Era, então, 23% da área total produtiva do País.