Trump planeja ‘dia da libertação’, com tarifas recíprocas; entenda

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem avançando com planos para implementar tarifas significativas a diversos países. Chamado pelo chefe do Executivo do país como “dia da libertação”, um novo “tarifaço” tem previsão para começar em 2 de abril.
Apesar de o prazo estar associado à imposição de tarifas sobre setores específicos, como automóveis, produtos farmacêuticos e semicondutores, o presidente tem outro foco, no momento. De acordo com um secretário do governo, no dia 2 de abril, as prioridades são as “tarifas recíprocas”.
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As tarifas recíprocas buscam equalizar taxas dos EUA com impostos cobrados por parceiros comerciais. Os encargos serão direcionados a cerca de 15% das nações com déficits comerciais persistentes com o país norte-americano, grupo apelidado de “dirty 15” (os 15 sujos, na tradução literal) pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent.
As nações-alvo destes impostos devem ser semelhantes àquelas já mencionadas pelo Representante de Comércio dos EUA, em um aviso do Registro Federal. Possivelmente serão Austrália, Brasil, Canadá, China, União Europeia, Índia, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia e Vietnã.
Com isso, a previsão é de que essas tarifas entrem em vigor quase imediatamente no dia 2 de abril. As taxações podem elevar as tarifas sobre os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos a níveis não vistos em décadas.
O destino das tarifas setoriais, no entanto, como os impostos sobre o Canadá e o México relacionados ao tráfico de fentanil, permanece incerto.
Tarifas de Trump x mercado
De acordo com o governo norte-americano, os encargos incentivarão o investimento nos EUA, gerando novas fontes de receita que podem compensar cortes de impostos. Contudo, economistas questionam o impacto das tarifas no déficit, considerando o risco de inflação ou desaceleração econômica.
Apesar disso, Trump já sublinhou a possibilidade de “flexibilidade” na abordagem das tarifas. Segundo Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional de Trump, os mercados, que inicialmente temiam um amplo ataque tarifário, estão superestimando o alcance.
“Acho que os mercados precisam mudar suas expectativas, porque não é todo mundo que nos engana no comércio, são apenas alguns países e esses países vão ver algumas tarifas”, afirmou à Fox Business.