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Dezembro será o mês da Vale (VALE3)? Saiba o que fazer com a ação

02 dez 2022, 13:55 - atualizado em 02 dez 2022, 13:55
Vale
Primeiros passos para a flexibilização das restrições na China ajudaram a impulsionar as ações de companhias altamente expostas ao mercado chinês, incluindo a Vale (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Analistas do Inter Research e do BTG Pactual estão otimistas quanto ao desempenho da Vale (VALE3) em dezembro. A perspectiva de recuperação está diretamente ligada às expectativas sobre a China, que flexibilizou algumas restrições da dura política de Covid Zero implementadas ao longo dos últimos meses e que frearam a economia do país.

Paralelamente, o governo chinês parece disposto a injetar mais estímulos ao setor imobiliário, que se encontra atualmente em crise.

Segundo o Inter, dezembro será marcado por um cenário externo com viés mais positivo por conta da China e do Federal Reserve (Fed), com falas de dirigentes indicando uma possível amenização do ritmo de elevação de juros nos Estados Unidos. Em contrapartida, o cenário político doméstico seguirá pesando nos ativos locais, ao menos durante a primeira metade do mês, avalia a instituição.

O Inter destaca que os primeiros passos para a flexibilização das restrições na China ajudaram a impulsionar as ações de companhias altamente expostas ao mercado chinês, incluindo a Vale. Os papéis da mineradora acumularam alta de mais de 27% em novembro, em linha com o avanço do minério de ferro, que chegou a subir 30%, recuperando parte do tombo no ano.

“Com as notícias favoráveis às empresas de commodities em razão do processo de reabertura da economia chinesa, os papéis do setor de siderurgia e mineração foram o grande destaque em novembro, com VALE3 e GGBR4 avançando 27,7% e 22,6%, respectivamente”, comenta.

O Inter tem a ação da Vale na carteira de dividendos para dezembro.

Por que VALE3 agora?

Não é só o Inter que tem recomendação em Vale. O BTG Pactual voltou com a ação na carteira mensal de ações.

Monitorando o risco fiscal diante da “proposta agressiva” do novo governo para excluir do teto gastos que podem chegar até R$ 198 bilhões, a instituição começa dezembro com uma postura mais cautelosa.

Com a estratégia de montar uma carteira com ativos menos correlacionados com a economia brasileira, o BTG incluiu a Vale nas recomendações a fim de aumentar a exposição ao dólar e se expor à potencial reabertura da economia chinesa.

“À medida que avançamos para 2023, esperamos que a atividade econômica [chinesa] se recupere gradualmente à medida que o governo diminui as restrições e ajuda a moderar a correção do mercado imobiliário”, explica.

Analistas do banco veem como positiva a entrada de um “acionista de referência” (Cosan) no conselho da mineradora e projetam potencial de geração de valor da divisão de metais básicos no longo prazo.

O BTG também espera que a maior parte da agenda estratégica de médio prazo da Vale seja voltada a retornos de caixa dos acionistas, com yield esperado de 10-11% para 2023, incluindo recompras de ações.