Deutsche Bank vê resultados melhores para o setor financeiro no 2º trimestre
Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini
Os bancos brasileiros devem apresentar melhor rentabilidade no segundo trimestre deste ano, graças à melhora da qualidade do crédito, afirma o Deutsche Bank em relatório. Segundo o banco, os resultados que devem começar a ser divulgados na semana que vem devem mostrar sinais de estabilização na qualidade dos ativos, levando a uma queda ou estabilidade nas provisões para perdas com crédito. As despesas também devem continuar sob controle e as tarifas de serviços devem crescer em um bom ritmo. O banco recomenda a compra no Brasil do Banco do Brasil, B3 e da Porto Seguro (ver abaixo)
Porém, o crescimento dos empréstimos deve continuar fraco e a margem financeira líquida (NIM), que é o resultado dos empréstimos menos as despesas com provisões, deverá sofrer pressões das taxas de juros mais baixas e da redução dos juros dos cartões de crédito rotativo. O Deutsche avalia que o Bradesco deve apresenta o melhor resultados, com as provisões em queda e despesas beneficiadas pela sinergia com a incorporação do HSBC, enquanto sua margem financeira líquida permanecerá resistente.
Nas instituições não bancárias, o banco alemão espera resultados mais fracos da bolsa, por conta dos volumes negociados abaixo do esperado. Além disso, a B3 deverá ser impactada negativamente pelo baixo retorno financeiro. Cielo deve ter um resultado desapontador pelo ainda baixo crescimento de receitas e altas despesas. Já Porto Seguro deve se beneficiar de uma baixa tributação pelo pagamento de juros sobre capital.
Santander
Para o Santander Brasil, o Deutsche prevê um lucro líquido de R$ 1,790 bilhão, 33% superior ao R$ 1,349 bilhão do mesmo trimestre do ano passado. A carteira de crédito deve crescer 5%, para R$ 257 bilhões, e o retorno sobre o patrimônio líquido deve ficar em 11,7%, bem acima dos 9,2% do ano passado, mas abaixo dos 12,3% do primeiro trimestre.
Bradesco
Para o Bradesco, o Deutsche estima um lucro no segundo trimestre de R$ 4,431 bilhões, 7% superior ao do mesmo período do ano passado. Os empréstimos devem crescer 12%, para R$ 381,950 bilhões. Já o retorno sobre o patrimônio deve cair para 16,7%, ante 17,4% no segundo trimestre de 2016. As provisões devem cair de 5,8% em 2016 para 5,4% neste ano. Em relação ao primeiro trimestre, quando ficaram em 5%, haverá crescimento.
Itaú
Para o Itaú, o Deutsche estima um lucro de R$ 5,696 bilhões, 3% maior que o do segundo trimestre de 2016. A carteira de crédito deve encolher 4%, para R$ 478,095 bilhões, e o retorno sobre o patrimônio líquido ficará em 19,5%, ante 20,3% do segundo trimestre de 2016. As provisões cairão de 5% em 2016 para 4,4% neste ano.
Banco do Brasil
Para o Banco do Brasil, a projeção do Deutsche é de lucro de R$ 2,408 bilhões, queda de 2% sobre o mesmo período do ano passado, quando o lucro foi de R$ 2,465 bilhões. A carteira de crédito deve encolher 7%, para R$ 638 bilhões e o retorno sobre o patrimônio cairá para 10,6%, ante 11,8% no ano passado. Sem contar a Previ, fundo de pensão do banco, o retorno será menor, 8,7%, ante 9,6% no ano passado.
Porto Seguro, Cielo e B3
Para a Porto Seguro, o Deutsche projeta um lucro de R$ 229 milhões, 33% maior que os R$ 172 milhões do mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio será de 12,5%, ante 10,3% do segundo trimestre de 2016.
Cielo deve apresentar lucro de R$ 1,133 bilhão, 15% acima do resultado do mesmo período do ano passado, de R$ 989 milhões.
Já para a B3, a projeção do Deutsche é de um lucro de R$ 590 milhões, 11% menor que os R$ 662 milhões do mesmo período do ano passado. O resultado considera já os dados recorrentes com benefícios fiscais. O retorno sobre o patrimônio ficará em 7,5% no caso do resultado reportado e 9,7% no resultado recorrente, sem eventos extraordinários.
Abaixo, as indicações do Deutsche para as instituições financeiras da América Latina, com preço-alvo e recomendação.