Deutsche Bank em xeque: veja análises de GS, BofA ML, Citi, JPMorgan, MS, Barclays e UBS
Analistas de Wall Street avaliam que a reestruturação anunciada pelo Deutsche Bank ao redor do mundo pode ser muito radical e muito otimista.
Para o Goldman Sachs, “a reestruturação é muito profunda, em qualquer medida”. “Os desafios estruturais do Deutsche Bank, como vemos, residem em três categorias: ausência de plataforma com altos retornos, custos altos de funding e incertezas em relação ao escopo dos negócios de IB (Investment Banking)”, avalia o banco, segundo a CNBC.
Citi: custos diluídos
Por sua vez, o Citigroup acredita que o plano de reestruturação detém “objetivos otimistas”. “Os encargos oriundos da reestruturação de € 7,4 bilhões (12% do capital tangível) são mais pesados do que o previsto, porém diluídos durante quatro anos”, avalia o banco.
Em adição, a instituição destaca que “o management pretende financiar isso com recursos existentes, sem aumento de capital. Isso pode se provar otimista”.
Bank of America Merrill Lynch: plano ambicioso
O Bank of America Merrill Lynch acredita que o plano é “ambicioso”, porém ainda muitas questões permanecem sem resposta.
“Esse é um plano ambicioso com certeza, com maiores cortes de custos e maior orientação no retorno sobre o capital tangível do que o esperado”, afirmaram os analistas Andrew Stimpson e Alastair Ryan.
O banco ainda destaca que “sem a redução dos requerimentos de capital ou do acerto com o BCE (Banco Central Europeu) para permissão de ativos ponderados de risco a se reduzirem mais rápido” deverá ser difícil ter capital para o Deutsche Bank multiplicar os negócios que enseja crescer.
J.P. Morgan: reestruturação ousada
O J.P. Morgan acredita que a reestruturação é “ousada”, porém a “execução permanece como chave”. “A reestruturação do Deutsche Bank na nossa visão é ousada e pela primeira vez se configura como uma mudança estratégica real, desistindo de suas ambições Tier I”, avalia o banco.
“Acreditamos que maiores questões devem ser respondidas, tais como: credibilidade sobre a execução; detalhes sobre o crescimento das receitas; motivação dos empregados após a reestruturação para ganhar market share na divisão de renda fixa”, completa o J.P. Morgan.
Morgan Stanley: planos ambiciosos
O Morgan Stanley destaca que os novos objetivos do Deutsche Bank são “ambiciosos em um primeiro momento”. “A divisão de Investment Banking se reduziu materialmente”, avaliam os analistas.
“Na divisão de renda fixa, o Deutsche Bank também planeja reduzir de forma significativa suas operações, reduzindo a proporção de ativos de risco para cerca de 40”, completa o banco, destacando ainda que “a reestruturação pode levar a recuperação no curto prazo da ação”.
Barclays: custos da reestruturação
O Barclays destaca que é importante verificar como o “management executará a redução de custo, dado o espaço para ação, e se isso pode ser feito sem consequências de receita”.
“Além disso, também será interessante verificar como todos os investimentos planejados em TI e controles serão pagos ”, completam.
RBC Capital Markets: concorrentes melhores
O RBC pondera que a reestruturação foi “mais radical do que a esperada”, e projeta suporte positivo para ações no curto prazo.
“Acreditamos que a lucratividade de curto prazo permanecerá baixa”, pondera a instituição britânica, avaliando ainda que os concorrentes europeus deverão estar melhor posicionados para “conseguirem enfrentar quaisquer deteriorações no ambiente macroeconômico ou político”.
UBS: esperando progressos
Por fim, o UBS acredita que “a nova estratégia busca quebrar o ciclo de emissão de ações e de dívidas, que tornou o Deutsche Bank mais vulnerável a eventos externos”.
“Progressos nos próximos trimestres podem elevar a confiança do mercado no plano”, conclui o UBS.