Deu para trás? Milei sinaliza novo aumento para taxas de exportações e irrita produtores; confira
De acordo com o jornal La Nacion, o presidente da Argentina, o autodenominado ultraliberal Javier Milei, inclui 664 artigos em uma lei do Congresso Nacional, que devem incidir sobre as exportações, conhecidas no país como retenciones
Segundo o texto, todos os produtos que não contam com taxações, serão tributados em 15%. Assim, produtos que não eram taxados, passarão a contar com impostos.
Recentemente, a decisão de Milei de desvalorizar a moeda local (peso) foi vista por diversos analistas como algo que deve impulsionar as exportações de commodities do país, de forma a aumentar a competitividade com o produto norte-americano.
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No entanto, essa alíquota de 15% irrita os produtores do país, que esperavam, a partir das promessas de campanha de Milei, um fim dos impostos para as exportações.
“O mercado argentino esperava uma diminuição ou extinção das retenciones. No entanto, creio que a crise fiscal impede que isso seja implementado logo nesse início”, diz Leandro Gilio, professor e pesquisador especializado em agronegócio no Centro de Agronegócio Global do Insper.
Vale lembrar que o país já elevou de 31% para 33% o imposto para a farinha e óleo de soja.
Decisão de Milei é criticada por entidades
O Conselho Agroindustrial Argentino (CAA) expressou descontentamento com o projeto de aumento para às exportações, justificando que este aumento vai contra os objetivos do governo para geração de empregos, produção e embarques.
“Embora a necessidade de alcançar o equilíbrio fiscal seja compartilhada, esse objetivo não será alcançado com o aumento de impostos sobre as economias agroindustriais regionais e outras cadeias de valor agroindustriais de exportação, como carne, pesca, complexo industrial de soja e trigo, entre outros”, disse o CAA em um comunicado.
O projeto também estabelece a modificação do sistema eleitoral por meio da eliminação das eleições primárias.
Caso o Congresso Nacional aprove o projeto, as mudanças nas alíquotas de retenção de impostos sobre produtos agrícolas entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2024.
*Com Reuters