Destaques da Bolsa

CSN (CSNA3) avança 21% enquanto Hapvida (HAPV3) despenca mais de 7% — veja o que foi destaque no Ibovespa na semana

28 set 2024, 9:00 - atualizado em 27 set 2024, 18:15
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O Ibovespa avançou mais de 1% com apoio dos estímulos anunciados na China (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

As repercussões da semana anterior, marcada por decisões de política monetária, nortearam os investidores nos últimos dias. Com a divulgação de novos dados econômicos, o Ibovespa (IBOVvivenciou uma ‘montanha-russa’ nas negociações.

No cenário doméstico, os investidores repercutiram a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, a autoridade monetária elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 25 pontos-base, a 10,75% ao ano.

Na ata, o BC excluiu do texto a menção feita em julho de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) “tem arrefecido”.

Ainda segundo o documento, os dados sugerem uma deterioração da composição da inflação, ainda que o número agregado não tenha divergido significativamente do que era esperado, citando uma interrupção no processo desinflacionário no período mais recente.

O Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias do 4º bimestre também foi destaque.

O governo federal anunciou bloqueio orçamentário adicional de R$ 2,1 bilhões, mas houve reversão dos R$ 3,8 bilhões contingenciados em julho. Assim, houve uma diminuição de R$ 1,7 bilhões na contenção de despesas, que passou de R$ 15,0 bilhões para R$ 13,3 bilhões.

O mercado considerava novo bloqueio de R$ 5 bilhões, levando contenção de despesas para R$ 20 bilhões.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou uma alta de 0,13% em setembro, contra 0,19% em agosto, bem abaixo das expectativas do mercado.

O mercado também acompanhou o Relatório Trimestral de Inflação e dados do mercado de trabalho.

A taxa de desemprego ficou em 6,6% nos três meses até agosto, um pouco abaixo do consenso do mercado. Também em agosto, o país criou 232.513 vagas de emprego, também levemente inferior ao esperado.

Por fim, Ibovespa (IBOV) fechou o pregão da última sexta-feira (27) aos 132.730,36 pontos e acumulou alta de 1,27% na semana. O desempenho foi puxado pela recente valorização do minério de ferro. A cautela com o cenário fiscal e com a permanência de juros elevados por mais tempo ficaram em segundo plano.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a semana a R$ 5,4361, com queda de 1,54% nas últimas cinco sessões.

Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 23 a 27 de setembro:

Na ponta positiva do Ibovespa, CSN liderou os ganhos da semana com salto de 21%.

Sem notícias recentes sobre a companhia, os papéis acompanharam a forte valorização do minério de ferro após uma série de medidas anunciadas pelo Banco Central da China (BPoC, na sigla em inglês) para estimular a economia do gigante asiático.

O contratos mais negociado do minério de ferro, com vencimento em janeiro de 2025, avançou mais de 10% a Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China no acumulado da semana.

Vale também figurou entre as ações com melhor desempenho na semana com apoio da commodity.

Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
CSNA3 CSN ON 19,05%
STBP3 Santos Brasil ON 16,92%
AZUL4 Azul PN 13,12%
VALE3 Vale ON 11,53%
BRAP4 Bradespar PN 11,17%
SLCE3 SLC Agrícola 9,76%
CMIN3 CSN Mineração ON 8,99%
BRKM5 Braskem PN 8,61%
CRFB3 Carrefour Brasil ON 7,91%
PETZ3 Petz ON 6,74%

Maiores quedas do Ibovespa

Na ponta negativa, Hapvida liderou as perdas com queda de mais de 7%.

O destaque da semana, porém, foi Yduqs. A companhia esteve no centro das atenções sobre fusões e aquisições no setor de educação.

Na última terça-feira (24), a Vitru  informou a contratação dos bancos Itaú BBA e do UBS BB para encontrar um potencial comprador ou um potencial sócio em operação de fusão. 

Yduqs seria uma das companhias em potencial nas negociações.

Dois dias depois surgiram novos rumores de que a companhia teria retomado conversas para uma eventual fusão com a Cogna.

Confira as quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
HAPV3 Hapvida ON -7,62%
B3SA3 B3 ON -6,78%
YDUQ3 Yduqs ON -6,65%
FLRY3 Fleury ON -5,23%
SBSP3 Sabesp ON -4,84%
RADL3 Raia Drogasil ON -4,71%
AZZA3 Azzas 2154 S.A. -3,99%
VBBR3 VIBRA energia ON -3,87%
JBSS3 JBS ON -3,80%
BRFS3 BRF ON -3,42%

Exterior

No exterior, a China foi o grande destaque da semana.

O governo chinês anunciou que fará uma nova rodada de anúncios para impulsionar a atividade do gigante asiático.

Líderes chineses prometeram implementar “gastos fiscais necessários” para atingir a meta de crescimento econômico deste ano de aproximadamente 5%, uma vez que o país enfrenta uma forte queda no mercado imobiliário e à fragilidade da demanda interna.

Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) já havia divulgado na terça-feira (24) seu mais agressivo afrouxamento monetário desde a pandemia, sinalizando cortes em uma ampla gama de taxas de juros e uma injeção de liquidez de 1 trilhão de yuans (US$ 140 bilhões) no sistema financeiro, entre outras medidas.

O anúncio provocou uma melhora na percepção global sobre o consumo na China, maior importador de matérias-primas do planeta, impulsionando ativos em diversos mercados, incluindo ações e moedas de países com relações comerciais profundas com o gigante asiático.

Nos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu a uma taxa anualizada de 3,0% no segundo trimestre, em linha com as expectativas do mercado.

O crescimento no primeiro trimestre foi revisado para cima, para uma taxa de 1,6%, em relação ao ritmo de 1,4% informado anteriormente.

Mas o dado mais aguardado da semana foi o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) — referência de inflação para o Federal Reserve (Fed).

O PCE subiu 0,1% no mês de agosto. Em um ano, o PCE foi a 2,2% e se aproximou mais da meta de 2% perseguida pelo Fed.

Após o dado, as apostas de corte de 50 pontos-base nos juros pelo Federal Reserve em novembro aumentaram.

Os traders agora veem 56,7% de chance de o banco central norte-americano reduzir os juros para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group. Ontem (26), essa probabilidade era de 49,3%.

Em consequência, as apostas pelo corte de 25 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano, recuaram de 50,7% (ontem) para 43,3% hoje.

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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