Destaques da Bolsa

CVC (CVCB3) avança quase 12% enquanto Azul (AZUL4) cai 9% — veja o que foi destaque no Ibovespa na semana

26 out 2024, 9:05 - atualizado em 25 out 2024, 19:13
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O Ibovespa acompanhou a fraqueza de NY, na expectativa por decisões de juros e eleições nos EUA; cenário fiscal doméstico seguiu no radar (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Ibovespa (IBOV) enfrentou mais uma semana de forte volatilidade, puxada pelo exterior — principalmente, com a proximidade das eleições nos Estados Unidos.

No cenário doméstico, os investidores concentraram as atenções nos esforços do governo para equilibrar as contas públicas.

O mercado reagiu à coletiva de imprensa conjunta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Haddad disse que se há necessidade de reforçar parâmetros para que o arcabouço fiscal se sustente, esse é o caminho que o governo trilhará.

Em entrevista à imprensa sobre a trilha de finanças do G20, ao lado de Campos Neto, o ministro afirmou que acredita nos parâmetros definidos para o arcabouço fiscal, não sendo necessário reformular o regramento, mas mostrar que ele é crível a médio e longo prazo.

Na mesma linha, o presidente do BC disse que o anúncio de medidas fiscais que deve ser feito pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva pode minimizar reações observadas no mercado relacionadas à preocupação com as contas públicas.

No campo de dados econômicos, o destaque foi o o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15).

Considerado a prévia da inflação oficial, o IPCA-15 teve alta de 0,54% em outubro, após avanço de 0,13% em setembro. Economistas consultados pela Reuters projetavam um alta de 0,50%.

No acumulado de 12 meses, o índice subiu de 4,12% (no mês anterior) para 4,47% — no maior nível desde fevereiro e próxima ao teto da meta da inflação, de 4,50%.

Na visão do Itaú, o dado teve uma  leitura qualitativa de inflação pior que a esperada, na margem, na comparação com as últimas leituras.

Por fim, Ibovespa (IBOV) fechou o pregão da última sexta-feira (25) aos 129.893,32 pontos e acumulou queda de 0,46% na semana.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a semana a R$ 5,7051, com leve avanço de 0,11% nas últimas cinco sessões.

Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 21 a 25 de outubro:

Na ponta positiva do Ibovespa, CVC (CVCB3) liderou os ganhos da semana.

Mas os destaques foram Usiminas (USIM5) e  Vale (VALE3), com os investidores repercutindo os balanços do terceiro trimestre.

Usiminas  registrou lucro líquido de R$ 185 milhões entre julho e setembro. O valor representa uma reversão frente ao mesmo período do ano passado e ao último trimestre, quando a siderúrgica teve prejuízos de R$ 166 milhões e R$ 100 milhões, respectivamente.

O desempenho da Usiminas foi impulsionado em parte pela reativação do Alto-Forno 3 da companhia em Ipatinga, que passou por uma reforma geral bilionária e teve reativação gradual mais cedo neste ano.

Já a Vale reportou lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre, o recuo foi de 13%.

Apesar da baixa, o número ficou acima do consenso da Bloomberg, que esperava lucro de US$ 1,8 bilhão.

Além disso, a companhia anunciou a assinatura de um acordo definitivo com o Governo Federal, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, os Ministérios Públicos, Defensorias Públicas e outras autoridades públicas, para a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:

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CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
CVCB3 CVC ON 11,83%
VAMO3 Vamos ON 8,78%
USIM5 Usiminas PNA 8,50%
COGN3 Cogna ON 5,93%
SUZB3 Suzano ON 5,79%
YDUQ3 Yduqs ON 4,30%
EMBR3 Embraer ON 3,29%
ALPA4 Alpargatas PN 2,74%
ASAI3 Assaí ON 2,54%
BRAP4 Bradespar PN 2,11%

Maiores quedas do Ibovespa

Na ponta negativa, Azul (AZUL4) liderou as perdas da semana.

Segundo a Bloomberg, a companhia aérea está enfrentando dificuldades financeiras, enquanto busca levantar US$ 400 milhões em novas dívidas para atender a uma condição-chave de seu acordo com arrendadores de aeronaves.

De acordo com as fontes, as duas opções na mesa para a Azul são firmar novo acordo de financiamento com o grupo “ad hoc” de detentores de títulos de dívida da empresa ou receber capital que o banco de investimento Jefferies conseguiu obter com investidores adicionais.

Vale lembrar que, recentemente, a Azul concordou em reduzir sua dívida em R$ 3 bilhões (aproximadamente US$ 530 milhões) em troca de ações preferenciais, dependendo da aquisição de novos financiamentos.

Confira as quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
AZUL4 Azul PN -9,61%
ENEV3 Eneva ON -7,21%
NTCO3 Natura ON -5,57%
VIVA3 Vivara ON -5,54%
BRKM5 Braskem PN -4,47%
TIMS3 Tim ON -3,91%
LWSA3 LWSA ON -3,78%
EZTC3 EZTEC ON -3,66%
UGPA3 Ultrapar ON -3,37%
MRVE3 MRV ON -3,32%

 

*Com informações de Bloomberg e Reuters