CVC (CVCB3) avança quase 12% enquanto Azul (AZUL4) cai 9% — veja o que foi destaque no Ibovespa na semana
Ibovespa (IBOV) enfrentou mais uma semana de forte volatilidade, puxada pelo exterior — principalmente, com a proximidade das eleições nos Estados Unidos.
No cenário doméstico, os investidores concentraram as atenções nos esforços do governo para equilibrar as contas públicas.
O mercado reagiu à coletiva de imprensa conjunta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Haddad disse que se há necessidade de reforçar parâmetros para que o arcabouço fiscal se sustente, esse é o caminho que o governo trilhará.
Em entrevista à imprensa sobre a trilha de finanças do G20, ao lado de Campos Neto, o ministro afirmou que acredita nos parâmetros definidos para o arcabouço fiscal, não sendo necessário reformular o regramento, mas mostrar que ele é crível a médio e longo prazo.
Na mesma linha, o presidente do BC disse que o anúncio de medidas fiscais que deve ser feito pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva pode minimizar reações observadas no mercado relacionadas à preocupação com as contas públicas.
No campo de dados econômicos, o destaque foi o o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15).
Considerado a prévia da inflação oficial, o IPCA-15 teve alta de 0,54% em outubro, após avanço de 0,13% em setembro. Economistas consultados pela Reuters projetavam um alta de 0,50%.
No acumulado de 12 meses, o índice subiu de 4,12% (no mês anterior) para 4,47% — no maior nível desde fevereiro e próxima ao teto da meta da inflação, de 4,50%.
Na visão do Itaú, o dado teve uma leitura qualitativa de inflação pior que a esperada, na margem, na comparação com as últimas leituras.
Por fim, Ibovespa (IBOV) fechou o pregão da última sexta-feira (25) aos 129.893,32 pontos e acumulou queda de 0,46% na semana.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a semana a R$ 5,7051, com leve avanço de 0,11% nas últimas cinco sessões.
Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 21 a 25 de outubro:
Na ponta positiva do Ibovespa, CVC (CVCB3) liderou os ganhos da semana.
Mas os destaques foram Usiminas (USIM5) e Vale (VALE3), com os investidores repercutindo os balanços do terceiro trimestre.
Usiminas registrou lucro líquido de R$ 185 milhões entre julho e setembro. O valor representa uma reversão frente ao mesmo período do ano passado e ao último trimestre, quando a siderúrgica teve prejuízos de R$ 166 milhões e R$ 100 milhões, respectivamente.
O desempenho da Usiminas foi impulsionado em parte pela reativação do Alto-Forno 3 da companhia em Ipatinga, que passou por uma reforma geral bilionária e teve reativação gradual mais cedo neste ano.
Já a Vale reportou lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre, o recuo foi de 13%.
Apesar da baixa, o número ficou acima do consenso da Bloomberg, que esperava lucro de US$ 1,8 bilhão.
Além disso, a companhia anunciou a assinatura de um acordo definitivo com o Governo Federal, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, os Ministérios Públicos, Defensorias Públicas e outras autoridades públicas, para a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
CVCB3 | CVC ON | 11,83% |
VAMO3 | Vamos ON | 8,78% |
USIM5 | Usiminas PNA | 8,50% |
COGN3 | Cogna ON | 5,93% |
SUZB3 | Suzano ON | 5,79% |
YDUQ3 | Yduqs ON | 4,30% |
EMBR3 | Embraer ON | 3,29% |
ALPA4 | Alpargatas PN | 2,74% |
ASAI3 | Assaí ON | 2,54% |
BRAP4 | Bradespar PN | 2,11% |
Maiores quedas do Ibovespa
Na ponta negativa, Azul (AZUL4) liderou as perdas da semana.
Segundo a Bloomberg, a companhia aérea está enfrentando dificuldades financeiras, enquanto busca levantar US$ 400 milhões em novas dívidas para atender a uma condição-chave de seu acordo com arrendadores de aeronaves.
De acordo com as fontes, as duas opções na mesa para a Azul são firmar novo acordo de financiamento com o grupo “ad hoc” de detentores de títulos de dívida da empresa ou receber capital que o banco de investimento Jefferies conseguiu obter com investidores adicionais.
Vale lembrar que, recentemente, a Azul concordou em reduzir sua dívida em R$ 3 bilhões (aproximadamente US$ 530 milhões) em troca de ações preferenciais, dependendo da aquisição de novos financiamentos.
Confira as quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
AZUL4 | Azul PN | -9,61% |
ENEV3 | Eneva ON | -7,21% |
NTCO3 | Natura ON | -5,57% |
VIVA3 | Vivara ON | -5,54% |
BRKM5 | Braskem PN | -4,47% |
TIMS3 | Tim ON | -3,91% |
LWSA3 | LWSA ON | -3,78% |
EZTC3 | EZTEC ON | -3,66% |
UGPA3 | Ultrapar ON | -3,37% |
MRVE3 | MRV ON | -3,32% |
*Com informações de Bloomberg e Reuters