Petrobras (PETR4) sobe 8%, enquanto Azul (AZUL4) despenca quase 30% — veja o que foi destaque do Ibovespa na semana
O Ibovespa (IBOV) fechou a última semana de agosto com chave de ouro. O principal índice da bolsa brasileira renovou os recordes intradiários e de fechamento e superou os 137 mil pontos.
No cenário doméstico, o destaque foi a confirmação da indicação do atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do Banco Central.
O nome de Galípolo foi bem recebido por agentes do mercado financeiro e já era ventilado como o favorito de Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a presidência. Lula, inclusive, teve reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para alinhar a nomeação.
Antes mesmo do anúncio oficial, Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, disse estar “à disposição para fazer a sucessão da melhor forma possível”, em evento em São Paulo.
A semana também foi movimentada por indicadores econômicos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,19% em agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número indica uma desaceleração em relação à alta de 0,30% apurada em julho.
“O resultado de agosto traz um certo alívio ante o mau resultado do IPCA de julho, mas amplamente influenciado pelo comportamento dos alimentos, itens mais voláteis”, afirma André Valério, economista-sênior do Inter.
O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, excluindo de Petrobras e Eletrobras) registrou déficit primário de R$ 21,3 bilhões em julho, pior que o esperado pelo mercado.
Já a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,8% nos três meses até julho, em linha com o esperado por economistas e marcando o menor nível para o período desde o início da série do governo, em 2012.
O Ibovespa (IBOV) fechou o pregão da última sexta-feira (30) aos 136.004,01 pontos e acumulou avanço de 0,29% na semana.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a semana a R$ 5,6350, com alta de 2,84% nas últimas cinco sessões.
Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 26 a 30 de agosto:
Mas o responsável pelo avanço das ações da petroleira foi o Morgan Stanley. O banco elevou a recomendação dos recibos de ações (ADRs) da Petrobras de neutro para compra com preço-alvo de US$ 20 — o que representa um potencial e valorização de 39% em relação ao fechamento anterior.
Para os analistas do Morgan Stanley, a tese da Petrobras continua centrada no pagamento de dividendos. Eles calculam que a empresa pode pagar US$ 7 bilhões até 2025. Considerando os proventos, a ação poderia somar retorno de 60%.
Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:
CÓDIGO | NOME | PREÇO | VARIAÇÃO SEMANAL |
PETR3 | Petrobras ON | R$ 42,83 | 8,73% |
PETR4 | Petrobras PN | R$ 39,37 | 6,72% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 26,23 | 4,13% |
VALE3 | Vale ON | R$ 59,58 | 3,80% |
BRKM5 | Braskem PN | R$ 18,04 | 3,14% |
BRAP4 | Bradespar PN | R$ 19,47 | 3,07% |
CMIN3 | CSN Mineração ON | R$ 5,68 | 2,34% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 46,83 | 1,74% |
VBBR3 | VIBRA energia ON | R$ 25,72 | 1,06% |
CMIG4 | Cemig PN | R$ 11,63 | 1,04% |
Maiores quedas do Ibovespa
Na ponta negativa, Azul (AZUL4) liderou as perdas da semana. As ações da companhia aérea caíram quase 24% apenas no pregão da última quinta-feira (29), em meio a rumores de que a empresa estuda pedir recuperação judicial nos Estados Unidos.
Na tentativa de reduzir a dívida com vencimento iminente, a Azul vem trabalhando com o Citigroup para uma potencial oferta de ações. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.
Em junho do ano passado, a Azul conseguiu adiar os vencimentos das suas dívidas por meio de uma troca de títulos. A empresa possui R$ 382 milhões de títulos de 2024 a serem pagos ainda em 2024, além de US$ 550 milhões a serem pagos nos próximos quatro anos.
Confira as quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:
CÓDIGO | NOME | PREÇO | VARIAÇÃO SEMANAL |
AZUL4 | Azul PN | R$ 5,39 | -29,08% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 1,97 | -12,44% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 12,16 | -10,72% |
HYPE3 | Hypera ON | R$ 28,54 | -8,02% |
VAMO3 | Vamos ON | R$ 7,60 | -7,65% |
RAIL3 | Rumo ON | R$ 21,85 | -7,45% |
PETZ3 | Petz ON | R$ 4,86 | -7,43% |
ALPA4 | Alpargatas PN | R$ 7,70 | -6,89% |
AZZA3 | Azzas 2154 S.A. | R$ 49,00 | -6,61% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 7,49 | -5,79% |
Exterior
No exterior, Wall Street reagiu ao esperado dado de inflação.
O Índice de Preços de Gasto com Consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,2% no mês de julho, em linha com o esperado. Na comparação anual, o PCE foi a 2,5%, levemente abaixo do previsto, mas acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed).
Após o dado, o mercado reforçou a expectativa de que o Fed inicie o ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos com um corte de 0,25 pontos-base nos juros em setembro, o que levaria a taxa ao intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano.
Além disso, o mercado reagiu ao resultado do segundo trimestre de Nvidia (NVDA; NVDC34). A gigante de tecnologia reportou alta de 122% na receita anual, para US$ 30,04 bilhões — ante estimativas de US$ 28,70 bilhões.
Em agosto, o índice S&P 500 registrou o quarto mês consecutivos de ganhos, com avanço de 2,3%. O Dow Jones acumulou alta de 1,8% e Nasdaq teve ganhos de 0,7% no período.
O que esperar para a próxima semana?
A primeira semana de setembro promete ser menos agitada.
Na terça-feira (3), o IBGE divulga a Pesquisa Industrial de julho.
Nos Estados Unidos, as bolsas permanecem fechadas na segunda-feira (2) — o que deve reduzir a liquidez do mercado internacional. As negociações serão retomadas na terça-feira (3) normalmente.
Durante a semana, o destaque vai ser a divulgação do relatório oficial de empregos, o payroll, de agosto na sexta-feira (6).