Destaques da Bolsa

Petz (PETZ3) salta mais de 30% e RD Saúde (RADL3) cai 5% — veja o que foi destaque no Ibovespa na semana

24 ago 2024, 8:58 - atualizado em 23 ago 2024, 20:32
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O Ibovespa avançou mais de 1% na semana marcada pela renovação de recordes históricos e expectativa de corte nos juros nos EUA

A penúltima semana de agosto foi inédita. O Ibovespa (IBOVcontinuou desfrutando da melhora do apetite ao risco no exterior e bateu recordes intradia e de fechamento por três sessões consecutivas.Pela primeira vez, o principal índice da bolsa brasileira superou os 137 mil pontos — o maior nível da história, em termos nominais.

Com o fim da temporada de balanços corporativos, o cenário macroeconômico doméstico concentrou as atenções.

Durante a semana, os investidores acompanharam — e repercutiram — as declarações de dirigentes do Banco Central.

Em destaque, falas do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, cotado para substituir Roberto Campos Neto a partir de janeiro de 2025, aumentaram as apostas de retomada do ciclo de altas na taxa básica de juros, a Selic.

No início da semana, Galípolo disse que a autoridade monetária vai aguardar as próximas quatro semanas até o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) para obter “o máximo de dados” e “estar aberto” à decisão sobre a Selic, reforçando que todas as opções estão na mesa.

Depois ele afirmou que suas falas recentes não colocaram o BC em um “corner” — referência a uma situação difícil — em relação ao que será feito com a Selic em setembro. Ele reiterou que a autoridade monetária subirá a taxa básica de juros se necessário.

“Eu entendo que se houve ou se há uma interpretação mais benigna do ponto de vista de como é que pode atuar a autoridade monetária, ela decorre do fato de que o mercado percebeu que esse Banco Central tem mais graus de liberdade”, disse Galípolo.

Após as declarações, o mercado passou a precificar 100% de chance de alta da Selic na próxima reunião do Copom.

O Ibovespa (IBOV) encerrou o último pregão aos 135.608,47 pontos e acumulou alta de 1,23% na semana.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a semana a R$ 5,4792, com avanço acumulado de 0,21% nas últimas cinco sessões.

Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 19 a 23 de agosto:

Maiores altas do Ibovespa 

Na ponta positiva do Ibovespa, Petz liderou os ganhos do índice com salto de quase 40%.

O movimento de alta foi impulsionado pelo acordo de fusão com a Cobasi, anunciada na sexta-feira anterior (16).

O acordo prevê incorporação de ações da Petz por uma subsidiária detida integralmente pela Cobasi, resultando no que apontam como a criação “do maior e mais integrado ecossistema pet do Brasil”.

Mesmo com a pressão do dólar, CVC também foi destaque da semana.

Os papéis da companhia de turismo chegaram a saltar mais de 20% nas primeiras horas do pregão da última quarta-feira (21) com a notícia de que fundos de investimentos geridos pela WNT passaram a deter 5,01% do capital social da empresa.

O investidor Nelson Tanure negou estar à frente na compra das ações ao Broadcast. Em outras ocasiões, o empresário já usou a estrutura da WNT para adquirir participações em outras companhias, como a Light (LIGT3).

Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:

CÓDIGO NOME PREÇO VARIAÇÃO  SEMANAL
PETZ3 Petz ON R$ 5,25 39,26%
CVCB3 CVC ON R$ 2,25 17,80%
MRFG3 Marfrig ON R$ 14,56 12,96%
CMIN3 CSN Mineração ON R$ 5,55 10,56%
LREN3 Lojas Renner ON R$ 17,75 10,04%
DXCO3 Dexco ON R$ 8,41 9,36%
CSNA3 CSN ON R$ 12,25 8,31%
MGLU3 Magazine Luiza ON R$ 13,62 8,27%
USIM5 Usiminas PNA R$ 6,58 8,22%
COGN3 Cogna ON R$ 1,43 7,52%

Maiores quedas do Ibovespa

Na ponta negativa do Ibovespa, RD Saúde, antiga Raia Drogasil, liderou as perdas.

O destaque ficou para as petrolíferas, que acompanharam a queda de quase 2% do petróleo Brent na semana.

Nos Estados Unidos, os estoques de petróleo bruto caíram em 4,6 milhões de barris, para 426 milhões de barris na semana, segundo o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Os analistas ouvidos pela Reuters projetavam uma redução de 2,7 milhões de barris no período.

Além disso, as preocupações dos investidores persistiram quanto à perspectiva de fraqueza econômica na China, pesando sobre a demanda de petróleo bruto do país, ao mesmo tempo em que o mercado seguiu monitorando as tratativas de cessar-fogo em Gaza. As negociações no Oriente Médio ainda estão paralisadas.

Confira as quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:

CÓDIGO NOME PREÇO VARIAÇÃO SEMANAL
RADL3 RD Saúde ON R$ 27,86 -5,08%
ASAI3 Assaí ON R$ 9,73 -5,07%
PRIO3 PRIO ON R$ 47,05 -4,37%
PETR3 Petrobras ON R$ 39,39 -2,88%
VBBR3 VIBRA energia ON R$ 25,45 -2,23%
SBSP3 Sabesp ON R$ 96,80 -1,93%
PETR4 Petrobras PN R$ 36,89 -1,63%
RRRP3 3R Petroleum ON R$ 27,72 -1,60%
UGPA3 Ultrapar ON R$ 23,65 -1,46%
RAIZ4 Raízen ON R$ 3,27 -0,91%

Exterior

No exterior, a política monetária foi o tema da semana.

Na Europa, a ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE), divulgada na última quinta-feira (22), trouxe sinalizações para o início do afrouxamento monetário — o que aumentou as apostas de corte nos juros de 25 pontos-base em setembro, trazendo a taxa de referência da Zona do Euro a 3,50%.

“A reunião de setembro foi amplamente vista como um bom momento para reavaliar o nível de restrição da política monetária”, disse a ata. “Essa reunião deve ser abordada com uma mente aberta.”

Já nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, concentrou as atenções — e as reações — dos investidores.

chefe do BC norte-americano afirmou que “chegou a hora de ajustar a política monetária”, o que foi considerado um apoio explícito ao corte de juros nos Estados Unidos.

“Os riscos de alta para a inflação diminuíram. E os riscos de queda para o emprego aumentaram”, disse Powell em discurso no Simpósio em Jackson Hole, na sexta-feira (23).

“Chegou a hora de ajustar a política. A direção a ser seguida é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos.”

As falas de Powell reforçaram as expectativas de corte nos juros nos Estados Unidos — com um aumento das apostas de redução de 50 pontos-base, o que levaria os juros a faixa de 4,75% a 5,00% ao ano.

Agora, os traders veem 65,5% de chance de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual no próximo mês, o que seria o primeiro movimento da taxa desde julho de 2023 e levaria os juros ao intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano. Ontem (22), a probabilidade era de 76%.

A próxima reunião do Federal Reserve está marcada para os dias 17 e 18 de setembro.

O que esperar para a próxima semana?

No Brasil, a última semana de agosto deve contar com a divulgação de dados de inflação.

Na terça-feira (27), o mercado dará foco ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial.

Há também a expectativa para o anúncio das indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência e duas cadeiras na diretoria da BC.

Na última quinta-feira (22), ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, no final da tarde, que acredita que o  já tem o nome do futuro presidente da autoridade monetária “em mente”. Espera-se que os nomes sejam divulgados na próxima semana.

No exterior é aguardado o Índice de Preços para Gastos com Consumo Pessoal (PCE), dos Estados Unidos, é o destaque. O dado é a principal referência do Fed para a inflação da maior economia do mundo.

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