CSN Mineração (CMIN3) avança 8% enquanto Azul (AZUL4) despenca mais de 17% — veja o que foi destaque do Ibovespa na semana
O Ibovespa (IBOV) iniciou setembro em queda. O principal índice da bolsa brasileira deixou os recordes para trás e voltou ao nível dos 134 mil pontos.
No cenário doméstico, o mercado repercutiu o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
A economia brasileira cresceu 1,4% entre abril e junho em relação ao trimestre anterior, acima das projeções de economistas consultados pela Reuters de avanço 0,9%. Na base anual, o crescimento foi de 3,3%.
Na avaliação do Inter, o crescimento mais acelerado, impulsionado pela expansão fiscal, não é sustentável considerando o atual patamar de juros que resulta em elevado déficit fiscal e aceleração preocupante da dívida pública.
Além disso, o governo central registrou um déficit primário de R$ 9,283 bilhões em julho, desempenho melhor do que o saldo negativo de R$ 35,921 bilhões observado no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Tesouro Nacional.
Já a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 4,828 bilhões, o que representa uma queda de 49,9% sobre o resultado positivo apurado no mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Por fim, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a indicação de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central será votada em plenário em 8 de outubro, logo após as eleições municipais.
Ele ainda disse que cabe ao presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), definir uma data para a sabatina de Galípolo.
O Ibovespa (IBOV) fechou o pregão da última sexta-feira (6) aos 134.572,45 pontos e acumulou baixa de 1,05% na semana. A queda foi puxada pelo exterior.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a semana a R$ 5,5901 , com queda de 0,80% nas últimas cinco sessões.
Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 02 a 06 de setembro:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
CMIN3 | CSN Mineração ON | 8,80% |
VIVT3 | Telefônica Brasil ON | 6,04% |
VIVA3 | Vivara ON | 5,87% |
HAPV3 | Hapvida ON | 5,66% |
ENEV3 | Eneva ON | 5,56% |
STBP3 | Santos Brasil ON | 5,23% |
FLRY3 | Fleury ON | 4,89% |
BRKM5 | Braskem PN | 4,77% |
RDOR3 | Rede D’Or ON | 4,45% |
LREN3 | Lojas Renner ON | 4,17% |
Maiores quedas do Ibovespa
Na ponta negativa, Azul liderou as perdas da semana. Na última quarta-feira (4), BlackRock reduziu a participação acionária da companhia aérea para aproximadamente 4,7%.
As recentes quedas nas ações devem-se a incertezas sobre a situação financeira da companhia, em meio a rumores de que a empresa estuda pedir recuperação judicial nos Estados Unidos.
Em junho do ano passado, a Azul conseguiu adiar os vencimentos das suas dívidas por meio de uma troca de títulos. A empresa possui R$ 382 milhões de títulos de 2024 a serem pagos ainda em 2024, além de US$ 550 milhões a serem pagos nos próximos quatro anos.
As companhias ligadas ao petróleo também figuraram entre as maiores quedas do índice. O Brent recuou quase 10% com incertezas sobre a demanda, em meio à desaceleração dos Estados Unidos e China.
Durante a semana, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) concordou em adiar um aumento planejado na produção de petróleo para outubro e novembro. O grupo ainda afirmou que pode pausar ou reverter os aumentos se necessário.
Confira as quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
AZUL4 | Azul PN | -17,63% |
RRRP3 | 3R Petroleum ON | -13,27% |
PRIO3 | PRIO ON | -9,35% |
BEEF3 | Minerva ON | -6,54% |
RECV3 | PetroReconcavo ON | -5,49% |
RAIZ4 | Raízen ON | -5,30% |
VALE3 | Vale ON | -4,87% |
BRAP4 | Bradespar PN | -4,67% |
PETR4 | Petrobras PN | -4,62% |
SMTO3 | São Martinho | -4,29% |
Exterior
No exterior, o dado mais aguardado da semana foi o relatório oficial de empregos.
Divulgado na sexta-feira (6), o payroll apontou a criação de 142 mil vagas em agosto. O resultado ficou abaixo das expectativas.
O relatório, porém, mostrou que o mercado de trabalho acelerou em relação a julho, quando a economia norte-americana abriu 89 mil vagas de emprego (dado revisado) — e gerou forte apreensão de que os Estados Unidos estariam em uma recessão.
A taxa de desemprego ficou em linha com as expectativas, de 4,2%. em agosto Os dados de ganho médio por hora trabalhada avançaram acima do esperado na comparação mensal e anual.
Com os dados mistos, o mercado segue apostando majoritariamente em um corte de 25 pontos-base nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve na reunião de setembro.
Os traders agora veem 73% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Ontem (5), a probabilidade era de 60%.
Com o reforço da desaceleração da maior economia do mundo e a expectativa de corte nos juros, o índice S&P 500 caiu mais de 4% nos últimos quatro pregões e registrou a pior semana desde março de 2023.
Nasdaq recuou 5,50% na semana, sendo o pior desempenho desde 2022 e Dow Jones acumulou baixa de 2,8%.
O que esperar para a próxima semana?
A próxima semana também deve ser recheada de dados econômicos.
Entre eles, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto será divulgado na próxima terça-feira (10).
A expectativa é de queda de 0,02% no mês, ante alta de 0,38% em julho. Em 12 meses, a inflação deve arrefecer de 4,50% para 4,28%, segundo as projeções coletadas pelo Broadcast.