Destaques da Bolsa

CSN Mineração (CMIN3) avança 8% enquanto Azul (AZUL4) despenca mais de 17% — veja o que foi destaque do Ibovespa na semana

07 set 2024, 9:04 - atualizado em 09 set 2024, 9:44

O Ibovespa (IBOViniciou setembro em queda. O principal índice da bolsa brasileira deixou os recordes para trás e voltou ao nível dos 134 mil pontos.

No cenário doméstico, o mercado repercutiu o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.

A economia brasileira cresceu 1,4% entre abril e junho em relação ao trimestre anterior, acima das projeções de economistas consultados pela Reuters de avanço 0,9%. Na base anual, o crescimento foi de 3,3%.

Na avaliação do Inter, o crescimento mais acelerado, impulsionado pela expansão fiscal, não é sustentável considerando o atual patamar de juros que resulta em elevado déficit fiscal e aceleração preocupante da dívida pública.

Além disso, o governo central registrou um déficit primário de R$ 9,283 bilhões em julho, desempenho melhor do que o saldo negativo de R$ 35,921 bilhões observado no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Tesouro Nacional.

Já a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 4,828 bilhões, o que representa uma queda de 49,9% sobre o resultado positivo apurado no mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Por fim, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a indicação de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central será votada em plenário em 8 de outubro, logo após as eleições municipais.

Ele ainda disse que cabe ao presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), definir uma data para a sabatina de Galípolo.

O Ibovespa (IBOV) fechou o pregão da última sexta-feira (6) aos 134.572,45 pontos e acumulou baixa de 1,05% na semana. A queda foi puxada pelo exterior.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou a semana a R$ 5,5901 , com queda de 0,80% nas últimas cinco sessões.

Confira a seguir as maiores altas e quedas do Ibovespa entre 02 a 06 de setembro:

Maiores altas 

Na ponta positiva do Ibovespa, CSN Mineração liderou os ganhos com avanço de quase 9%, na tentativa de recuperação das perdas do ano.

Entre os destaques, as ações da Vivara avançaram após o Santander elevar o preço-alvo de R$ 33 para R$ 37 para o final de 2025 — o que representa um potencial de valorização de 32,9% em relação ao preço de fechamento da última quinta-feira (6).

O banco mantém a recomendação de compra para as ações da varejista.

Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL 
CMIN3 CSN Mineração ON 8,80%
VIVT3 Telefônica Brasil ON 6,04%
VIVA3 Vivara ON 5,87%
HAPV3 Hapvida ON 5,66%
ENEV3 Eneva ON 5,56%
STBP3 Santos Brasil ON 5,23%
FLRY3 Fleury ON 4,89%
BRKM5 Braskem PN 4,77%
RDOR3 Rede D’Or ON 4,45%
LREN3 Lojas Renner ON 4,17%

Maiores quedas do Ibovespa

Na ponta negativa, Azul liderou as perdas da semana. Na última quarta-feira (4), BlackRock reduziu a participação acionária da companhia aérea para aproximadamente 4,7%.

As recentes quedas nas ações devem-se a incertezas sobre a situação financeira da companhia, em meio a rumores de que a empresa estuda pedir recuperação judicial nos Estados Unidos.

Em junho do ano passado, a Azul conseguiu adiar os vencimentos das suas dívidas por meio de uma troca de títulos. A empresa possui R$ 382 milhões de títulos de 2024 a serem pagos ainda em 2024, além de US$ 550 milhões a serem pagos nos próximos quatro anos.

As companhias ligadas ao petróleo também figuraram entre as maiores quedas do índice. O Brent recuou quase 10% com incertezas sobre a demanda, em meio à desaceleração dos Estados Unidos e China.

Durante a semana, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) concordou em adiar um aumento planejado na produção de petróleo para outubro e novembro. O grupo ainda afirmou que pode pausar ou reverter os aumentos se necessário.

Confira as quedas do principal índice da bolsa brasileira na semana:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL 
AZUL4 Azul PN -17,63%
RRRP3 3R Petroleum ON -13,27%
PRIO3 PRIO ON -9,35%
BEEF3 Minerva ON -6,54%
RECV3 PetroReconcavo ON -5,49%
RAIZ4 Raízen ON -5,30%
VALE3 Vale ON -4,87%
BRAP4 Bradespar PN -4,67%
PETR4 Petrobras PN -4,62%
SMTO3 São Martinho -4,29%

Exterior

No exterior, o dado mais aguardado da semana foi o relatório oficial de empregos.

Divulgado na sexta-feira (6), o payroll apontou a criação de 142 mil vagas em agosto. O resultado ficou abaixo das expectativas.

O relatório, porém, mostrou que o mercado de trabalho acelerou em relação a julho, quando a economia norte-americana abriu 89 mil vagas de emprego (dado revisado) — e gerou forte apreensão de que os Estados Unidos estariam em uma recessão.

A taxa de desemprego ficou em linha com as expectativas, de 4,2%. em agosto Os dados de ganho médio por hora trabalhada avançaram acima do esperado na comparação mensal e anual.

Com os dados mistos, o mercado segue apostando majoritariamente em um corte de 25 pontos-base nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve na reunião de setembro.

Os traders agora veem 73% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Ontem (5), a probabilidade era de 60%.

Com o reforço da desaceleração da maior economia do mundo e a expectativa de corte nos juros, o índice S&P 500 caiu mais de 4% nos últimos quatro pregões e registrou a pior semana desde março de 2023.

Nasdaq recuou 5,50% na semana, sendo o pior desempenho desde 2022 e Dow Jones acumulou baixa de 2,8%.

O que esperar para a próxima semana?

A próxima semana também deve ser recheada de dados econômicos.

Entre eles, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto será divulgado na próxima terça-feira (10).

A expectativa é de queda de 0,02% no mês, ante alta de 0,38% em julho. Em 12 meses, a inflação deve arrefecer de 4,50% para 4,28%, segundo as projeções coletadas pelo Broadcast. 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.