Desmatamento no Cerrado aumenta cerca de 25% em um ano
O desmatamento no Cerrado brasileiro aumentou cerca de 25% nos 12 meses até o mês de julho em relação ao período anterior, disseram à Reuters duas pessoas familiarizadas com os dados do Inpe, que ainda não foram divulgados pelo governo.
O Brasil ainda não publicou seus números anuais oficiais para o desmatamento no Cerrado, que tem base em análises de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
As fontes pediram anonimato porque os dados ainda não são públicos.
Tal aumento significa que mais de 10 mil quilômetros quadrados de floresta e outras vegetações nativas foram destruídos em 12 meses no Cerrado, a maior quantidade desde 2015.
Os cientistas comparam o Cerrado a uma floresta de cabeça para baixo, porque suas plantas fincam raízes profundas no solo para sobreviver às intensas estações secas.
A destruição desse habitat rico em espécies vegetais e animais também envia grandes quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera, impulsionando as mudanças climáticas.
O Cerrado faz fronteira com a floresta amazônica na região Centro-Oeste do Brasil, ocupando mais de 2 milhões de quilômetros quadrados uma área maior que o México.
Com o avanço das fronteiras agrícolas do Brasil desde a década de 1970, grande parte do Cerrado foi derrubada para criação de gado e para o cultivo de soja e milho, destruindo cerca de metade da vegetação nativa do bioma.
Assessores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que toma posse em 1º de janeiro, se reuniram com representantes do setor da soja para discutir um novo acordo para impedir o desmatamento no Cerrado, nos moldes de um acordo semelhante para a Amazônia.
As fontes abordaram os dados de desmatamento do bioma do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que produz dados anuais muito mais precisos do que os dados de alerta rápido publicados semanal e mensalmente.
O programa mede o desmatamento na região de agosto a julho para minimizar o efeito das nuvens, que escondem a destruição.