Desmatamento na Amazônia atinge recorde em setembro com aumento de focos de incêndios
O desmatamento na floresta amazônica afetou a maior área em setembro desde o início dos registros atuais, mostraram dados governamentais do mês passado nesta sexta-feira, quando os focos de incêndio na região atingiram seu maior nível em mais de uma década.
Dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram que 1.455 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia no mês passado, um aumento de 48% em relação ao ano passado e superando o recorde de setembro de 2019 em uma série de dados originada em 2015.
Os números preliminares desta sexta-feira também levaram o desmatamento na região a um recorde nos primeiros nove meses do ano, segundo o Inpe, com 8.590 quilômetros quadrados desmatados de janeiro a setembro, o equivalente a uma área 11 vezes o tamanho da cidade de Nova York e com alta de 22,6% em relação ao ano passado.
Estatísticas anuais divulgadas no ano passado mostraram que o desmatamento já havia atingido o maior nível em 15 anos sob o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Especialistas culpam o presidente, que concorre à reeleição, por reverter as proteções ambientais, abrindo caminho para madeireiros e pecuaristas desmatarem ilegalmente mais da Amazônia.
O Palácio do Planalto encaminhou um pedido da Reuters para comentários ao Ministério da Justiça. O Ministério do Meio Ambiente não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
“A gente está vendo a aceleração do desmatamento na Amazônia, com impactos muito importantes não só para o bioma, mas para o clima, para o regime de chuvas da região, e impactos econômicos não só para quem vive no bioma, mas para todo o Brasil”, disse Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil.
A temporada anual de queimadas na Amazônia ocorre em agosto e setembro, quando os focos de incêndios tendem a aumentar à medida que as chuvas diminuem.
No mês passado, os alertas de incêndio do Inpe atingiram o nível mais alto em qualquer mês desde setembro de 2010.
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