Desinvestimento na Light pode convencer Cemig a se desfazer de ativos não essenciais
A Light (LIGT3) está preparando uma oferta pública primária de 68,6 milhões de ações, além de uma oferta secundária, também de 68,6 milhões de ações, referente ao desinvestimento total da Cemig (CMIG4) no bloco de controle da companhia.
As ofertas serão restritas a acionistas atuais da Light e investidores institucionais. Considerando a cotação do papel da empresa no fechamento de quarta-feira, de R$ 23,48, as emissões somariam R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão relativos à oferta primária.
De acordo com o Safra, a aprovação da oferta pelos membros do conselho de administração é positiva, uma vez que a operação tem o objetivo de reduzir a alavancagem. A oferta secundária, em especial, marca a venda da participação da Cemig na companhia, completando a saída da estatal de Minas Gerais e eliminando qualquer possibilidade de interferência na administração da Light.
Pelo lado da Cemig, o movimento é igualmente positivo e mostra uma boa iniciativa da administração. Na avaliação do Safra, o desinvestimento na Light pode ser o empurrão necessário para fazer a Cemig vender sua participação em ativos não essenciais, como Belo Monte, Santo Antônio, Gasmig e Taesa (TAEE11).
O Safra manteve a recomendação neutra para a Light, com preço-alvo em 12 meses de R$ 17,20, devido à complexidade das operações da companhia e à falta de clareza do seu plano de turnaround. Para o papel da Cemig, os analistas adotaram recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 13,80.
Na opinião da Guide Investimentos, o desinvestimento na Light permitirá à Cemig investir em novas oportunidades.
“A venda da fatia de 22,5% detida pela Cemig na Light deve gerar recursos relevantes para a empresa fortalecer sua posição de liquidez e ainda investir em novas oportunidades”, disse o analista Luis Sales.