Desigualdade racial no emprego entra no radar de investidores

A disparidade racial é um fator importante a ser considerado por investidores socialmente responsáveis nos EUA. A pandemia exacerbou desigualdades pré-existentes e as empresas tentam combater o problema após movimentos sociais recentes.
Em abril, a taxa de desemprego entre os negros estava em 16,2%, comparado a 14,2% para os brancos. Com a recuperação modesta da economia em julho, o desemprego entre os brancos diminuiu 5%, mas apenas 2% entre os negros.
A ampliação dessa diferença mostra que, mesmo com a melhora do mercado de trabalho, a pandemia afetou desproporcionalmente os negros nos EUA. O fenômeno não é novo. Antes da pandemia, a taxa de desemprego entre os trabalhadores negros era o dobro da observada para os brancos.
Segundo economistas, a solução não vem necessariamente de mais políticas fiscais, mas do cumprimento das leis contra discriminação.
Enquanto políticos e empresas tentam endereçar a questão, a contínua disparidade no emprego pode ter consequências econômicas reais e ser interpretada como risco para os mercados, que já se movimentaram por causa dessas questões no passado.
A economista Rhonda Sharpe, presidente do instituto de pesquisas WISER, ressalta que a pandemia exacerbou desigualdades anteriores em termos de emprego. Ela argumentou que, apesar da aprovação de leis contra a discriminação há mais de 50 anos, a disparidade racial se mantém devido a razões sistêmicas.