Economia

Desgaste entre Lula e Banco Central pega mal com o mercado; entenda

15 mar 2023, 16:59 - atualizado em 15 mar 2023, 16:59
Lula
Nos últimos meses, Lula chegou a questionar a autonomia do Banco Central e a lealdade de Roberto Campos Neto. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Nos últimos meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou guerra contra o Banco Central. Na visão de Lula, a decisão da autoridade monetária de manter a Selic em 13,75% ao ano está atrapalhando na recuperação econômica do país.

Lula também chegou a questionar a autonomia do Banco Central e a lealdade de Roberto Campos Neto, quem ele tem o hábito de se referir como “cidadão”. E esse é guerra não é bem-visto pelo mercado, segundo um levantamento realizado pela Genial Investimentos e a Quaest.

Os dados apontam que 90% dos economistas, analistas, gestores e traders avaliam a relação do governo com o Banco Central como negativa. Além disso, 43% do mercado acredita que, nos próximos seis meses, essa relação deve piorar ainda mais; já 49% afirmam que nada deve mudar.

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Apesar das duras críticas de Lula e Gleisi Hoffmann em relação à Campos Neto, a visão geral é de que o presidente do Banco Central deve continuar no cargo até 2024: 89% afirmam que as chances de ele ser exonerado nos próximos seis meses são baixas.

Taxa Selic, carta na manga do Banco Central

A taxa Selic é o grande ponto de atrito entre o governo e o Banco Central. O Ministério da Fazenda vem tentando convencer a autoridade monetária de que manterá a responsabilidade fiscal. A esperança é que dessa forma a Selic comece a cair ainda esse ano.

Mas essa possibilidade ainda é distante para os economistas e analistas. Segundo o levantamento da Genial Investimentos e da Quaest, a chance do Banco Central antecipar os cortes de juros nos próximos seis meses são baixas, de 45%.

Além disso, a maioria (95%) acredita que a decisão de manter a atual taxa Selic foi certa e que o patamar de 13,75% ao ano é o ideal para o atual cenário econômico do país. Sobre manter a atual taxa de juros até o final do ano, 72% do mercado concorda.

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