Desenvolver a indústria do cacau no Pará não é tirar empresas da Bahia, como se distorceu em entrevista da Ceplac
O interesse em incentivar uma onda de industrialização do cacau no Pará não passa nem de longe da mínima intenção, que fosse, de estimular a saída de empresas da Bahia.
Mas a TV Cacau, no YouTube, distorceu a interpretação de Waldeck Araújo, diretor da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em entrevista a Money Times no último dia 9.
E tem gerado um acalorado debate enviesado, quando a discussão deveria ser sobre a de se levar o desenvolvimento para todas as partes sem detrimento de outras, como é contexto desse órgão do Mapa.
A propósito, portanto, de comentar sobre controles de doenças da lavoura, como a monilíase, detectada na região Norte, Araújo foi claro ao dizer que aumentar o processamento local evita-se a circulação do cacau em grandes distâncias para ser industrializado na Bahia.
Está no texto.
Em nenhum momento foi dito que a Ceplac incentivaria a saída de indústrias do território baiano.
E não está no texto.
Berço da lavoura, de quando ainda o Brasil era o principal ator global – hoje é o sétimo – a Bahia concentra as três maiores processadoras, Cargill, Olam e Barry Callebaut.
O Pará só tem uma, a Gencau, com capacidade de 18 mil toneladas, segundo informou o diretor da Ceplac. E o estado, atualmente, se rivaliza com a Bahia na liderança, inclusive por informações do IBGE, nem sempre aceitas pelo mercado.
Ressalta-se, mais uma vez, que a Ceplac opera pelo desenvolvimento do cacau a nível de Brasil, considerando as regiões vocacionadas, de modo que um avanço na industrialização no Norte proporcionaria um novo ciclo produtivo na cadeia, pela presença de novos agentes.