Desemprego pode superar 13% em 2017; Brasil é 5º pior entre 31 emergentes
A taxa de desemprego pode superar os 13% em 2017 e começar a diminuir a partir de 2018, avalia o banco Credit Suisse em um relatório enviado a clientes neste final de semana. “As condições do mercado de trabalho continuaram se deteriorando nos últimos trimestres, com alta da taxa de desemprego, redução dos salários reais, aumento da informalidade e elevação do desalento”, explicam os economistas.
Eles estimam que apenas o crescimento do PIB de 1,5% esperado para o último trimestre deste ano seria capaz de estabilizar o nível de desocupação e sugere que a taxa só começaria a cair em 2018.
Isso, aponta o Credit Suisse, é resultado da “relação entre o aumento da população ocupada e o crescimento do PIB só é estatisticamente significativa quando considerada uma defasagem de dois trimestres. Esse resultado sugere um risco relevante de a taxa de desemprego superar nossa expectativa de 13,0% em 2017”.
Comparação com emergentes
Considerando a taxa de desemprego ampliada, criada pelo IBGE a partir de novembro de 2016 e que inclui fatores como a insuficiência de horas trabalhadas e o número de trabalhadores que se encontram fora da força de trabalho, mas que têm potencial para se transformar em força de trabalho, mostra um cenário ainda pior para o desemprego, de 21,2% no terceiro trimestre do ano passado.
“A taxa de desemprego ampliada também é mais elevada no Brasil do que em países de renda per capita mais próxima à do Brasil. Por exemplo, essa taxa é de 18,3% no México e próxima a 16% na Turquia”, ressalta o Credit Suisse. O resultado do país é o quinto pior quando analisado contra outras 31 economias emergentes.