Desemprego nos EUA deve ter disparado para quase 20% em maio, em meio a pandemia
A taxa de desemprego nos Estados Unidos provavelmente disparou para quase 20% em maio, novo recorde pós-Segunda Guerra Mundial, com mais milhões de pessoas perdendo seus empregos e expondo as consequências da crise de Covid-19.
O relatório de emprego do Departamento do Trabalho a ser divulgado nesta sexta-feira pode dar impulso às previsões de economistas de que levará vários anos para recuperar a crise econômica.
Ainda assim, embora as demissões tenham permanecido muito altas, elas diminuíram consideravelmente na segunda metade de maio, conforme as empresas reabriam depois de terem fechado em meados de março para conter a disseminação do coronavírus.
A confiança do consumidor, a indústria e o setor de serviços também estão se estabilizando, embora a níveis baixos, em sinais de que o pior acabou.
“A boa notícia é que provavelmente atingimos o fundo do poço”, disse Sung Won Sohn, professor de economia e finanças da Loyola Marymount University em Los Angeles. “Mas a recuperação será dolorosamente lenta. Levará anos, talvez uma década, para voltar para onde estávamos no final do ano passado.”
O relatório de emprego é montado a partir de duas pesquisas separadas. Segundo pesquisa da Reuters com economistas, a pesquisa das famílias deve mostrar que a taxa de desemprego saltou para 19,8% em maio de 14,7% em abril, que havia sido o nível mais alto desde 1948, quando o governo começou a registrar os dados.
A pesquisa junto a estabelecimentos deve mostrar fechamento de 8 milhões de empregos fora do setor agrícola após dispensa de 20,537 milhões de trabalhadores em abril.
Isso levaria o total de perdas de vagas de trabalho para 29,4 milhões desde março. Isso seria mais de três vezes o número de vagas perdidas durante a Grande Recessão de 2007/09, e levou seis anos para recuperar os empregos perdidos durante aquela crise.