Economia

Desemprego é pedra no sapato do Banco Central? Confira a opinião de analistas

29 maio 2024, 16:23 - atualizado em 29 maio 2024, 16:23
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Desemprego é pedra no sapato do Banco Central? Confira a opinião de analistas; (Imagem: Agência Brasil)

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,5%, menor patamar desde 2014, de acordo com dados do IBGE. Estas informações refletem uma recuperação do mercado de trabalho brasileiro, com a criação de 240 mil novos empregos formais em abril.

Contudo, o Banco Central não está comemorando os novos dados, visto que a pressão inflacionária da queda do desemprego pode ser uma “pedra no sapato” para o BC. 

Segundo projeções feitas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa de desemprego no Brasil continuará em queda até 2025, mas ainda ficará acima da média global.

De acordo com as estimativas, até o final deste ano, a taxa deve se estabelecer em 7,8% e, em 2025, 7,6%. No ano passado, a taxa de desemprego fechou em 8% e durante a pandemia, em 2020, 13,7%.

Dessa forma, André Colares, CEO da Smart House Investments, afirmou que a redução da taxa de desemprego e o aumento dos salários podem ser preocupantes para o Banco Central. 

Com mais pessoas empregadas e salários em alta, o consumo tende a aumentar, o que pode elevar os preços dos bens e serviços, dificultando o controle da inflação”, explicou.

Atualmente, o BC tem monitorado de perto o mercado de trabalho, ressaltando que a melhora na empregabilidade e nos rendimentos pode gerar pressões inflacionárias.

Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o banco alertou a necessidade de continuar vigilantes quanto às políticas monetárias para assegurar que a inflação permaneça dentro da meta.

O mercado de trabalho continua surpreendendo

Para os analistas Yihao Lin, José Márcio Camargo e Lucas Farina, da Genial Investimentos, os números apresentados reforçam a percepção de resiliência do mercado de trabalho, apesar da política monetária contracionista e de seus efeitos defasados sobre a economia real.

Com isso, eles avaliam que o bom desempenho do mercado de trabalho será um dos principais vetores positivos para impulsionar o crescimento da economia brasileira no ano, sobretudo através da expansão do consumo das famílias.

Por fim, os analistas projetam uma taxa de desemprego em 7,6% até o final do ano.