Coluna do Fabrício Gonçalvez

Desempenho do Ibovespa em 2022 e o que esperar para o próximo ano

19 dez 2022, 14:19 - atualizado em 19 dez 2022, 14:19
Ibovespa
(Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Este ano foi marcado pelo início do ciclo do aperto monetário na maior economia do mundo. O Federal Reserve promoveu, em março, o primeiro aumento de juros desde 2018, em atuação da autoridade monetária americana para conter os preços.

A inflação alcançou máxima dos últimos 40 anos ao atingir 9,1% na base anual, bem acima da meta de 2%.

A taxa de juros dos Estados Unidos encerra 2022 na faixa entre 4,25% e 4,50%, com a elevação de 0,50% pelo Fomc (Federal Open Market Committee) na última reunião do ano, em 14 de dezembro.

No Brasil, o Banco Central iniciou a escalada de juros em março de 2021, quando subiu a Selic de 2% (mínima histórica) para 2,75%. Foram 12 aumentos consecutivos até os atuais 13,75% a.a.

A política monetária influencia diretamente os ativos de risco e é um dos principais desencadeadores da correção atual do mercado acionário global, diante do aumento da atratividade da taxa isenta de risco e do custo do dinheiro.

Desempenho do Ibovespa

O principal índice brasileiro encerrou nos 104.822 mil pontos no final do ano passado. No fechamento da sexta (16), o Ibovespa ficou nos 102.855 pontos. A performance no ano é de -1,88%, restando apenas duas semanas para o seu término.

Com a finalidade de comparação, a rentabilidade anual do Ibovespa desde 2012:

  • 2012 (+7,40%)
  • 2013 (-15,50%)
  • 2014 (-2,91%)
  • 2015 (-13,31%)
  • 2016 (+38,93%)
  • 2017 (+26,86%)
  • 2018 (+15,03%)
  • 2019 (+31,58%)
  • 2020 (+2,92%)
  • 2021 (-11,93%)

Desempenho das ações do Ibovespa em 2022

As maiores altas no ano da carteira teórica: Cielo (CIEL3) +107,76%, PetroRio (PRIO3) +71,02%, BB Seguridade (BBSE3) +67,72%, Hypera (Hype3) +53,34%, Assaí (ASAI3) +45,54% e Sabesp (SBSP3) +36,21%.

As maiores baixas no ano da carteira teórica: IRB (IRBR3) -82,09%, Americanas (AMER3) -76,20%, CVC (CVCB3) -72,73%, BRF (BRFS3) -69,49%, Qualicorp (QUAL3) -69,15% e Magazine Luiza (MGLU3) -67,17%.

*Rentabilidade acumulada em 2022 até o dia 16/12.

O cenário para 2023

Com a previsão de crescimento mais lento da economia global no próximo ano, o ambiente externo apresenta maior aversão ao risco.

Apesar de que, esse evento já está em grande parte precificado pelo mercado. O ponto de interrogação é em relação à durabilidade do período de menor expansão e qual será a dinâmica de juros adotada pela frente das autoridades monetárias globais, que como visto, afeta os ativos de renda variável.

Por aqui, os agentes financeiros monitoram a elevação do risco fiscal, perante os trâmites no congresso nacional que abre caminho para o aumento dos gastos públicos. Além de dúvidas sobre as fontes de financiamento, a trajetória da dívida nacional e o formato da nova âncora fiscal.

O Ibovespa abriu nos 114.531 pontos no dia após as eleições (31 de outubro). Desde então, o índice amarga um declínio de aproximadamente 10%. O que mostra a reação inicial do mercado sobre as principais empresas de capital aberto do país.

O novo governo já está prestes a iniciar, os desafios serão de grande magnitude. Precisará demonstrar compromisso com a responsabilidade fiscal e garantir previsibilidade, caso queira gerar maior segurança aos investidores.

E historicamente, o mercado antecipou, na maioria das vezes, as reversões econômicas — seja de contração ou de expansão.

Para o investidor

Manter-se fiel à estratégia será preciso ao investidor de longo prazo. Se a incerteza é certa, ignore ela. E foque no que está sob o seu controle: o tamanho da exposição à renda fixa e à renda variável, a escolha dos ativos, a diversificação entre setores e geografias e a criação de um portfólio de investimentos condizente com o perfil de risco. Simplicidade e parcimônia são elementos fundamentais para a jornada.

O sucesso financeiro não é uma habilidade puramente técnica, é uma habilidade pessoal, que demanda controle emocional.

Nos momentos de euforia, os investidores avaliam ter uma exposição menor à renda variável do que desejariam. E em momentos de pânico, eles avaliam ter uma exposição menor à renda fixa do que gostariam.

Calibrar a porcentagem entre ambas as classes de ativos é fundamental para minimizar o arrependimento futuro e construir uma robusta e vencedora carteira de investimentos.

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