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Descontada, prefira Cosan em vez da Raízen, aponta Ágora

13 out 2021, 14:23 - atualizado em 13 out 2021, 14:41
Cosan
Segundo os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, a tese da companhia está exposta aos temas de sustentabilidade (Imagem: Youtube)

A Ágora Investimentos iniciou a cobertura das ações da Cosan (CSAN3) com uma visão bem otimista da empresa. A corretora estabeleceu em R$ 33 o preço-alvo para 2022, potencial de alta de 44%, com recomendação de compra.

Segundo os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, a tese da companhia está exposta aos temas de:

  • descarbonização global;
  • transição da matriz energética do Brasil para o gás natural;
  • desgargalamento geral da infraestrutura do Brasil;

A dupla afirma que prefere a Cosan em vez da Raízen (RAIZ4), que realizou o seu IPO (Oferta Pública de Ações, em português) recentemente. 

Eles argumentam que embora o SOTP (soma das partes) para a holding seja de 13% (perto do que se considera justo), a Compass (que atua no segmento de gás natural) fornece gatilhos de curto prazo com uma nova rodada potencial de colocações privadas que podem elevar o valor do ativo.

Além disso, os papéis da Cosan negociam a 7,1x o EV/Ebitda (valor da firma sobre Ebitda) e um preço sobre lucro (P/L) de 10,7x, desconto de aproximadamente 10% para uma avaliação ponderada de pares de 6,9x EV/Ebitda e 13,7x P/L 2022.

Por que a Cosan está de olho no mercado de terras agrícolas?

Quase cinco anos após a venda, a Cosan voltou a ter a maior fatia acionária no Grupo Radar —  gestora de propriedades agrícolas, com capacidade para investir em ativos com alto potencial produtivo no Brasil — ao comprar por R$ 1,479 bilhão a participação de 47% antes detida pelo fundo de investimento TIAA.

Analistas do BTG Pactual (BPAC11), relembram que a Cosan vendeu sua participação de 38% na Radar em outubro de 2016 ao fundo de investimento por R$ 1,04 bilhão, permanecendo com fatia de 3% na gestora de 390 propriedades agrícolas, que somam 96 mil hectares de terras cultiváveis em cana-de-açúcarsojamilho e algodão.

“A aquisição da Cosan vem em linha com um momento favorável no mercado de terras agrícolas, ao passo que a consultoria IHS Markit divulgou recentemente que entre julho e agosto deste ano, as terras brasileiras se valorizaram 32% no intervalo de um ano, maior salto percentual na série histórica”, enfatizam os especialistas Thiago Duarte, Pedro Soares e Henrique Brustolin.

O trio do BTG ainda enfatizou, no relatório obtido pelo Agro Times, que com base na análise do IHS, a demanda por terras agrícolas permanece forte e com fundamentos sustentados.

O banco tem recomendação de compra para as ações da Cosan, cm preço-alvo a R$ 39 por papel em 12 meses, implicando potencial de valorização de 74%, sendo a apreciação de dividendos responsável por 5,1%.

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