Descaso de Bolsonaro com o meio ambiente pode sujar a barra da Petrobras, vê Guide
Após a Petrobras (PETR3; PETR4) ter anunciado, nesta sexta-feira (18), o início do processo de venda de sua unidade de fertilizantes no Paraná, a Guide Investimentos mensura o leque de oportunidades que a estatal pode alçar com operação, apesar dos ruídos na área ambiental do Brasil.
A companhia de fertilizantes à venda tem capacidade de produção total de 1,9 mil toneladas por dia de ureia e 1,3 mil toneladas de amônia.
Atualmente, a fábrica encontra-se hibernada. “A retomada da produção da planta ou sua transformação para outro fim será de responsabilidade do futuro comprador”, afirma a Petrobras em comunicado.
A estatal fechou a unidade depois de prejuízos. No início do ano, a demissão de funcionários foi um dos motivos para uma greve na Petrobras. A paralisação foi encerrada após uma ampliação dos benefícios aos trabalhadores demitidos, com maior verba rescisória.
De acordo com o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, em live feita ontem, investir em energias renováveis, equivale a consumir o capital dos acionistas. Por conta disso, de acordo com ele, a Petrobras não investirá em eólica e solar no curto prazo, para atender a “pressões de terceiros”.
Por fim, o executivo adicionou que, a partir de agora, a companhia só irá aprovar projetos, que sejam resistentes a um preço do barril do petróleo a US$ 35.
Preservação ambiental do Brasil está de parabéns?
Lembrando da fala de Jair Bolsonaro, em que o presidente parabeniza a preservação ambiental do Brasil, durante a inauguração de uma usina de energia solar na Paraíba nesta quinta-feira (17), o analista Luís Sales salienta que a estratégia da Petrobras em se desfazer e ativos que não a são estratégicos no momento pode ser “marginalmente positiva”.
“As falas do presidente, relacionando os investimentos em energias renováveis com “pressões de terceiros” indica certo descaso da companhia com questões ambientais, o que pode vir a ser interpretado de forma um pouco negativa pelo mercado atual, que prioriza companhias ESG“, reforça Sales, sem deixar de levar em conta que a venda da unidade de fertilizantes trará mais liquidez à Petrobras.