Desbravando novos horizontes: Mulheres na alta liderança empresarial
Ao me deparar com a recente notícia que destaca a presença ínfima de mulheres na alta liderança das empresas listadas na Bolsa brasileira, não posso deixar de refletir sobre o quanto ainda teremos de percorrer para alcançar a verdadeira equidade de gênero, no ambiente corporativo.
Como uma executiva que trilhou sua trajetória até o cargo de vice-presidente em uma indústria farmacêutica, sinto a responsabilidade de compartilhar minha visão sobre esse desafio persistente e urgente.
Não podemos ignorar o fato de que as mulheres compõem mais da metade da força de trabalho do Brasil, contribuindo de maneira significativa para a economia e a sociedade.
No entanto, a representatividade feminina em posições de liderança ainda está muito aquém do desejado. O recente levantamento do BMA Advogados, apenas reforça a necessidade de ações concretas para mudar esse cenário.
A jornada para aumentar a presença feminina na alta liderança requer um esforço conjunto que envolve governos, empresas, líderes e a própria sociedade. É preciso reconhecer que o progresso não ocorrerá por si só, mas exige um comprometimento firme com políticas inclusivas e a promoção de uma cultura organizacional que valorize a diversidade em todos os níveis.
Em primeiro lugar, é fundamental que as empresas abandonem estereótipos de gênero arraigados e busquem medidas que fomentem o desenvolvimento profissional das mulheres.
Iniciativas como mentoria e programas de capacitação específicos podem ajudar a reduzir a lacuna de habilidades e proporcionar às mulheres as ferramentas necessárias para alavancar suas carreiras. A promoção de ambientes de trabalho flexíveis também é crucial, pois permite que as mulheres conciliem suas responsabilidades profissionais com sua vida pessoal.
Além disso, a implementação de cotas, embora controversa, pode ser um passo importante para acelerar a inclusão de mulheres na liderança. A experiência de empresas como o Magazine Luiza (MGLU3) demonstra que a adoção de metas ambiciosas e mensuráveis, pode, efetivamente, aumentar a representatividade feminina.
No entanto, é crucial que as cotas sejam acompanhadas por ações de desenvolvimento contínuo, para evitar que se tornem apenas uma medida superficial.
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Observe, porém, que a mudança nas empresas não deve ser apenas interna. A intervenção regulatória pode desempenhar um papel significativo na promoção da equidade de gênero.
Para tanto, é necessário incentivar políticas governamentais que favoreçam a diversidade e penalizem a discriminação de gênero. As empresas devem ser responsabilizadas por seus esforços (ou falta deles) na promoção da igualdade de oportunidades.
Olhando para o futuro, acredito que nós, mulheres, devemos continuar a nos capacitar e a nos apoiar mutuamente. A sororidade, a troca de experiências e o incentivo mútuo são componentes vitais para superar os desafios que ainda enfrentamos. Além disso, convém que ocupemos espaços de visibilidade e influência, para que possamos quebrar paradigmas e servir de inspiração para as gerações vindouras.
Como executiva e mulher, tenho a convicção de que a mudança é possível. Tenho orgulho de fazer parte de uma indústria que desafia constantemente as fronteiras da ciência e da inovação.
Se já alcançamos avanços científicos notáveis, certamente poderemos criar um ambiente corporativo onde o talento e a capacidade não tenham barreiras de gênero.
Acredito que, com determinação e colaboração, será possível transformar essa estatística em um mero capítulo da história, rumo a um futuro, no qual a equidade de gênero seja a norma, não a exceção.