Economia

Desancoragem de expectativas preocupa muito e BC atua para corrigir movimento, diz Campos Neto

29 out 2024, 8:23 - atualizado em 29 out 2024, 8:23
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Desancoragem de expectativas preocupa muito e BC atua para corrigir movimento, diz Campos Neto (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que a desancoragem das expectativas de mercado para a inflação à frente preocupa muito a autoridade monetária, que iniciou processo para corrigir esse movimento.

Falando na UK Brazil Conference, promovida pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Londres, Campos Neto ainda afirmou que o Brasil é o único país do mundo no momento que tem precificação de mercado mostrando alta na taxa de juros.

“Aqui a gente vê as expectativas de inflação bastante desancoradas, tanto na parte das pesquisas de inflação quanto na parte do mercado, isso preocupa muito o Banco Central porque o modelo de metas é baseado em expectativas”, disse.

“A gente tem uma economia que está acelerando, uma mão de obra muito apertada, uma expectativa de inflação que tem desancorado, então o Banco Central iniciou um processo de ajuste para corrigir esse movimento.”

Na apresentação, Campos Neto afirmou que a inflação de serviços está muito alta no Brasil e no resto do mundo, apontando que ela precisa cair para que o processo de desinflação se concretize.

Para ele, “não tem como a inflação de bens ficar baixa o suficiente” para fazer com que o processo de convergência ocorra sem ter uma melhora da inflação de serviços.

Ele reafirmou que a inflação no Brasil vinha registrando uma trajetória de convergência para a meta, mas esse movimento parou recentemente.

O BC iniciou em setembro um ciclo de alta nos juros básicos, elevando a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75% ao ano, em meio a uma atividade resiliente, mercado de trabalho apertado e descrença do mercado de que a inflação voltará à meta de 3%.

O mais recente boletim Focus do BC mostra que o mercado espera uma inflação de 4,55% neste ano, acima do teto de 4,5% da meta, prevendo uma redução do IPCA para 4,0% em 2025, ainda distante do centro do alvo.

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