Desaceleração no IPCA de janeiro não garante leitura favorável, dizem especialistas

(Imagem: M.phostock/ iSotck)

Siga o MT no WhatsApp

O pagamento do Bônus de Itaipu — desconto temporário nas tarifas de eletricidade — deve levar a inflação de janeiro a desacelerar frente a leitura de dezembro, quando a alta foi de 0,52%. Apesar disso, os preços devem seguir elevados nos demais segmentos e o núcleo pressionado.

O BTG Pactual espera “uma leitura desfavorável, reforçando o cenário desafiador à frente”.

A expectativa do mercado é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) suba 0,16% no primeiro mês de 2025 e acumule alta de 4,56% em um ano, segundo a mediana das projeções do Broadcast.

Segundo a estrategista da Warren Investimentos, Andréa Angelo, os itens de energia elétrica e passagem aérea devem repetir as variações observadas na prévia da inflação. A energia residencial recuou 15,46% e a passagem aérea subiu 10,25% no IPCA-15.

• LEIA TAMBÉM: O Market Makers abre novas vagas para sua fraternidade de investidores

“O efeito do pagamento do bônus de Itaipu ocorre neste mês, havendo a volta no mês seguinte. O que impacta em torno de -0,50 p.p. em janeiro e +0,50 p.p. na volta em fevereiro”, afirma.

Angelo, no entanto, alerta para o desempenho dos núcleos de serviços e serviços subjacentes — os quais apresentaram comportamentos “bem ruins” na inflação na prévia do índice do mês passado.

Segundo a estrategista, o grupo de serviços deve subir cerca de 0,85%, praticamente em linha com o que foi visto no IPCA-15, enquanto os serviços subjacentes devem vir levemente acima do observado, em 0,98%. Nesses grupos, cinema, hospedagem, serviço bancário, pintura de veículo, serviços de conserto e médico deve ser os destaques.

Leia também

Internacional

Trump assina decreto que impõe tarifas de 25% para importações de aço e alumínio

Economia

‘Tarifaço’ de Trump: Brasil pode ver efeito em cadeia na economia com taxa de 25% sobre aço e alumínio

“O cenário de piora na composição qualitativa da inflação deve se concretizar”, afirma Angelo.

A média dos núcleos deve subir 0,66%, enquanto os serviços intensivos em trabalho devem desacelerar para 0,78%. “Importante mencionar que este segundo núcleo vem acelerando nas divulgações mensais desde o IPCA de novembro”.